Uma boa e bem localizada rede de museus e centros interpretativos pode ser um projecto ousado para um concelho como o do Sabugal, mas criará uma colectânea de espaços que darão a conhecer às novas gerações e aos que nos visitam o passado em que se enformou o presente destas terras.
O que hoje somos é fruto da nossa História. Aos nossos maiores devemos o espírito irreverente com que enfrentamos os desafios e a coragem com que irrompemos à procura de novas oportunidades.
Temos assim que valorizar o que herdámos, que fez parte da nossa história colectiva, e que as novas gerações têm que conhecer e os que nos visitam observar e valorizar.
Há no concelho do Sabugal espaços museológicos de excelência, a começar pelo Museu Municipal, com uma exposição permanente com acentuação nos vestígios arqueológicos, e o Museu de Vilar Maior, recentemente requalificado, e que se centra na mostra de vestígios históricos e etnográficos.
Mas há ainda muito a fazer na criação e instalação de novos museus e centros interpretativos do património histórico e cultural, bem como das tradições marcantes que devem ser postas à fruição dos sabugalenses e daqueles que nos visitam.
Os espaços museológicos podem ser instalados em edifícios históricos, como castelos, solares, conventos e outros espaços que, nalguns casos, precisam de ser intervencionados para garantir a sua preservação e dinamização.
É relevante criar espaços interactivos com recurso à tecnologia, dando a conhecer a história do território, as antigas práticas agrícolas e outras actividades essenciais à vida comunitária tradicional, como a frágua, carpintaria, alfaiataria, moinho, mercearia, taberna, e outras.
Para além dos espaços fixos, podem criar-se percursos interpretativos em sintonia com o meio ambiente, conjugando assim a temática do desenvolvimento sustentável e a valorização da actividade lúdica, incluindo a recriação dos trabalhos, jogos e brincadeiras de outros tempos.
Em paralelo é fundamental apoiar os jovens que pretendam estudar, conservar, expor e comunicar com base nesse património histórico e cultural.
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«Contraponto», opinião de Paulo Leitão Batista
leitaobatista@gmail.com
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