Deu-me na veneta, como se diz na minha terra. Deu-me na veneta e fui confirmar os dados divulgados sobre a minha aldeia num dos «sites» mais frequentados do planeta… a Wikipédia! Vamos ver o que é que lá encontro…

Muitos de nós vamos à «Wikipedia» por tudo e por nada. Mas é um mau princípio… em princípio: na «Wikipedia» está lá aquilo que os interessados lá escrevem… Isso é famoso. E em muitos casos estão informações sem nenhum valor científico e até sem fundamento. No caso do Casteleiro – o que é que lá encontramos? Há correcções a fazer?

A Freguesia
«Casteleiro é uma freguesia portuguesa do concelho do Sabugal, com 26,73 km² de área e uma densidade de 13,7 hab/km². Situa-se no extremo ocidental do concelho, já em plena Cova da Beira, a cerca de 20 km do Sabugal». E eu digo… «Não! Fica a 15 km.»
«Estão inseridas na freguesia as anexas de Quinta da Carrola e Quinta de Santo Amaro, dando as três povoações um total de 365 habitantes». E eu acrescento mais três anexas, por mais que lhes custe: «Quinta de Valverdinho, Quinta de Gralhais e Quinta do Anascer.»

População da freguesia
Em 1890: 1.205 habitantes. Depois, de dez em dez anos: 1.290; 1.250; 1.288; 1.487. Em 1950: 1.578.
A partir daí começa a diminuir sem rei nem roque até aos 721 de 1980. E até hoje, sempre para baixo: em 2011 tinha apenas 365 habitantes registados. O número real será ainda mais baixo, penso.
Origem etimológica
A origem etimológica da povoação está ligada ao facto de aqui procederem os canteiros e casteleiros que edificaram e fizeram a manutenção do castelo de Sortelha.

Património
«Do seu património cultural e edificado destaca-se a Igreja Matriz, as capelas do Espírito Santo, de São Sebastião e São Francisco e as fontes e cruzeiros espalhados pela freguesia. De destacar também o pórtico no Solar de José Lopes e a Quinta da Mimosa. Outros locais de valor paisagístico e natural são a Serra da Presa e a Serra da Opa, onde se identificam inúmeros vestígios de assentamentos castrejos.»
Tenho de corrigir…
– O Solar era de João Lopes Rosa, meu (nosso) padrinho de casamento.
– A capela de São Sebastião caiu e nunca mais foi reconstruída. Ficava a caminho do cemitério.
– A Quinta era das Mimosas, da Senhora D. Maria do Céu Mendes Guerra.
Gastronomia
«A gastronomia local é baseada sobretudo na sopa seca, na sopa de couve, na sopa de cavalo cansado, nos enchidos, no queijo, nos ensopados, no arroz doce, nas farófias e no leite creme (crème brûlée).»
Acho que as filhós magníficas fazem parte da tradição, tal como os cascoréis e até as talassas antigas…

Festas, romarias e feiras
– Festa de Santo António: 1.º ou 2.º fim-de-semana de Agosto.
– Feira de São Martinho – nos dias 10 de Fevereiro, Maio e Novembro.
– Festa da Caça – em Maio.
Neste capítulo, aproveito para lembrar duas coisas:
– Este ano não houve Festa da Caça: seria a 5.ª edição. Esperamos que em Maio do ano que vem se repita a iniciativa pois é uma boa ideia para a terra.
– Já estão marcadas as datas e há cartaz da Festa de Santo António deste ano: 5, 6 e 7 de Agosto: de hoje a quinze dias estamos a concluir os festejos lá na aldeia.
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«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
Obrigado, Paula, pelas notas inseridas.
Apenas uma pequena correcção: meu padrinho era o pai, João Rosa.
Julgo que tenho ouvido o nome do Prof. Pires Mendes…
O mundo é muuuuuuito pequenino, certo?
Os meus cumprimentos.
JCM
Bom dia,
O meu avô materno, José Augusto Pires Mendes, nasceu nessa casa brasonada do Casteleiro. Era filho de um professor, José Pires Mendes. Penso que era tio do seu padrinho, José Rosa.
Os meus cumprimentos,
Paula Mourato