Dou a mão à palmatória: se trouxe aqui lendas da minha aldeia e das zonas envolventes, então a primeira devia ser aquela que explica como nasceu a nossa terra. Confesso que julgava que as pessoas já a tinham lido. Mas emendo a mão na crónica de hoje – «O Beijo Eterno» – é repetido neste texto. De seguida, trago-lhe dois filmes da terra com imagens que considero muito boas: em qualquer deles transparece mesmo o amor à terra… Vai gostar de ver, tenho a certeza.
Lenda sobre a origem da minha aldeia
Na semana passada houve quem me questionasse e com razão. É que publiquei diversas lendas – que muito agradaram a alguns -, mas dizem-me que houve ali um esquecimento. Porquê?
Porque não foi referida a mais importante de todas as lendas: aquela que pretende explicar como é que nasceu a nossa terra.
Pois bem, embora já a tenha inserido numa crónica há uns tempos, acho que vale mesmo a pena repô-la. É o que farei já de seguida. É a Lenda do Beijo Eterno. Ficamos assim todos em Paz. Certo?
Lenda do Beijo Eterno
É a história da filha do alcaide de Sortelha e do seu amor, um garboso príncipe árabe… Certo dia… Leia o resto, o desfecho da lenda:
«De madrugada (a mãe) teve a sensação de que ouvira um ruído. De mansinho levantou-se, vestiu-se e foi ao quarto da filha. Estava vazio.
Desesperada correu para o alto da torre. Lá de cima tudo parecia calmo.
No entanto depois de habituar os olhos à escuridão viu que qualquer coisa mexia mesmo por baixo do sítio onde estava. De repente as nuvens descobriram a lua e a mãe estupefacta viu a menina nos braços do príncipe árabe, beijando-o. Num terrível acesso de raiva, a mãe desencadeou um tal poder que de imediato os dois amantes desapareceram. Quando o sol se levantou, descobriu-se com espanto que no local onde eles se tinham encontrado, estavam agora dois barrocos como que se beijando eternamente.
Os mouros quando se aperceberam de que o seu chefe desaparecera misteriosamente durante a noite, levantaram o cerco e foram-se embora.
Quanto ao pobre alcaide, além de ter descoberto que estava casado com uma feiticeira, coisa que na época não era muito bem vista, ficara sem a filha que tanto amava. Resolveu então pedir ao rei que o substituísse no cargo e refugiou-se com a mulher numas terras que tinha no vale, dando origem ao lugar do Casteleiro.»
Se quer ler a lenda toda, siga para… (Aqui.)
Casteleiro – linda terra, de facto!
Uma descendente do Casteleiro, Tatiana, construiu a partir de belas fotos, a que não faltam locais, casas, escadarias e até gatos ao sol… construiu, dizia, um belo «filme», uma espécie de diaporama com alguma interessante animação que me encanta – talvez porque as imagens são da minha terra, das minhas gentes… Veja o filme e diga de sua justiça, OK? A autora, com mais do que razão, chamou-lhe «Casteleiro, Linda Terra». Vamos a isso? É… (Aqui.)
«Caminho da Nossa Aldeia»
Mais um caso de divulgação daquilo que de melhor tem a terra: as pessoas, as suas gentes, as suas festas. Quando o Largo de São Francisco se transforma em palco. Quando regressam os bons tempos dos grandes bailes populares. Quando um grupo de folclore e música popular se mostram ao Povo em movimento de grande animação e a dançar de forma entusiasmada. Quando a minha aldeia se mostra no seu melhor.
Obrigado, José Gouveia, o autor de um dos mais interessantes vídeos que encontro na net, fazendo bem feito o papel para o qual servem sempre estas crónicas: divulgar a minha aldeia, mostrar ao leitor o que de melhor ali existe e promover, elogiando, o que de mais genuíno ali acontece.
Esse é o meu caminho: foi sempre o meu caminho: divulgar, valorizar, enaltecer, incentivar para que nunca deixem de existir estes momentos de prazer aldeão.
Se quiser ver mais estas belas imagens, faça o favor de clicar… (Aqui.)
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«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011)
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