Abandonar animais é crime – Não sejamos criminosos. As pessoas, enquanto seres humanos racionais gostam e têm necessidade de conviver com animais domésticos. Abandoná-los das mais diferentes formas e nos mais variados lugares é um crime.
Desde sempre, os humanos tiveram e continuam a ter necessidade de conviver com os outros animais.
São antigas as necessidades de os homens utilizarem os animais domésticos para conseguirem executar de forma menos difícil tarefas destinadas à subsistência (vacas na lavoura, cavalos e burros no transporte).
Igualmente antigas são as necessidades de utilizar os próprios animais para a sobrevivência e alimentação (porco, galinhas, coelhos, etc).
Necessidades de puro companheirismo também foram e são ainda hoje satisfeitas por animais domésticos que com os humanos convivem muitas vezes nas próprias casas(cães, gatos, aves, etc).
Sendo certo que nos dois primeiros casos a subsistência e sobrevivência podem eventualmente justificar atitudes menos consentâneas com os padrões de vida que adquirimos, já não é justificável, no caso dos animais essencialmente de companhia, que sobre eles se pratiquem actos ou ausência deles, que leva esses seres, por vezes à morte.
Nas aldeias, o fenómeno do abandono de animais não existe. E se porventura alguém abandonasse um animal doméstico, a condenação por parte dos vizinhos seria mais do que suficiente para o levar a inverter a atitude. Isto acontece nas aldeias em que as pessoas se conhecem todas e inclusivamente cada uma conhece os animais das outras.
Nos centros urbanos, em que o impessoal predomina fruto muitas vezes da pressão laboral o fenómeno do abandono é mais frequente.
Essa frequência manifesta-se mais do que o desejável, quando chega a altura das férias. É uma forma fácil mas egoísta e desumana de se livrarem dum ser que durante o ano serviu para lhes fazer companhia.
Este é efectivamente um problema, mais notado na altura do verão em que, com a ida para férias, quando se vai, uma das primeiras vítimas é o animal. ABANDONA-SE. Mas se esta é a predisposição dessas pessoas então não são dignas de ter animais de estimação??.
Já imaginaram como se sentiriam se alguém vos deixasse sozinhos num deserto? Já imaginaram como se sentirá um animal, por exemplo um cão, que durante um ano viveu com pessoas onde naturalmente era alimentado, se for abandonado num qualquer local ermo onde terá de procurar comida para sobreviver?
Já imaginaram o que será não conseguir encontrar comida, pois não sabe procurá-la, e como consequência adoecer e depois morrer abandonado e com fome?
Deve na verdade ser uma morte horrível.
Por isso, se quer ter um animal não pode em situação alguma ABANDONÁ-LO. Se esta a sua predisposição então não o tenha e não contribua para provocar sofrimento num ser vivo naquela situação.
Por tudo isto e apesar de pessoalmente entender que uma sociedade melhor não se constrói fazendo apenas leis, tenho de compreender as motivações que estarão subjacentes às anunciadas iniciativas legislativas relacionadas com a protecção dos animais.
É que, por norma as leis não são feitas para regular a sociedade antes dela existir. Isto é, não se legisla para regular o futuro que até pode ainda não ser conhecido. Legisla-se para regular comportamentos perante situações que já se conhecem e que têm naturalmente problemas sociais entre os seus membros.
O bom senso e a sã convivência entre os membros de uma sociedade que inclua naturalmente os animais domésticos deveria ser suficiente para a boa harmonia entre todos. Só quando isso não acontece aparece a lei que acaba por ser sempre impositiva. Quanto menos leis tivermos, mais evoluída será a nossa sociedade. Pelo contrário, se precisarmos de uma lei para regular cada atitude que tomarmos, nessa altura deixamos de ser pessoas…..
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