Após a semana das «bofetadas» e algum tumulto no governo com demissões e o caso do amigo (e como esta palavra se tem tornado perigosa) de confiança de António Costa, mostrando que, de conteúdo político, nada aconteceu, vêm aí mais umas jornadas parlamentares, as do PCP. E mais uma vez, dedicada ao Interior. E, também serão em Vila Real, acrescentando Bragança. E isto causa-me logo urticária!
Foi precisamente em Vila Real que o Partido Socialista realizou as suas jornadas parlamentares, também dedicadas ao Interior. Que me recorde, daí, nada de relevante saiu. E, no entanto, era o partido do governo. O que irá acrescentar o PCP, apoiante do governo? Portanto, mais um desfiar de lamentos/factos, que todos nós conhecemos, e nenhuma ideia política real. Uns pares de discursos, umas comezainas e… ala para Lisboa.
Lamento. Mas é assim que vejo estas jornadas. É assim que o poder nos vê.
Tem sido assim sempre. Não há uma única ideia para um ordenamento do território de uma forma integrado. Respeitando a sua heterogeneidade. É necessária uma política central que imponha, uma política regional e local que a pratique, a estimule e a incentive. Porque, até agora o que nos oferecem (e como esta palavra é falsa) é o abandono.
A estratégia é o de deixar andar para que o argumento do «já nada há a fazer» se torna categórico, como a morte. O «deixar andar» significa que o interior será um enorme lar, funcionando como uma antecâmara da morte. A morte das gentes. Dos animais. Dos campos. Portanto, para quê manter ou criar um serviço de saúde eficiente, para quê ter escolas, para quê ter tribunais e outros serviços? Para quê?
A resposta, nestas últimas décadas, dada pelo poder, a começar pelo local e acabando na Assembleia da República é o título desta crónica.
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«A Quinta Quina», opinião de Fernando Lopes
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