Imaculada luz matutina, gélida no Inverno, suave aragem no Verão, és a primeira a ouvir essa sinfonia de vida que é o correr da água do chafariz da aldeia.

A mulher, essa Ninfa, pousou o cântaro sobre a pedra, um jorro de vida o encheu, vida que se transformará no caldo da ceia, que dessedentará em horas serenas o esforço que a Mãe Terra exigiu, ao anoitecer, bondosos animais, unidos espiritualmente ao Homem e fisicamente à Terra, bebem pachorrentamente gozando da lentidão do tempo, porque o tempo na aldeia arrasta-se lentamente. O Manuel, com o coração, avistou a Isabel no chafariz, idílio amoroso, juventude terna, almas vencedoras!
Cai a noite, silêncio celestial, as horas dormitam à palidez do luar, a aldeia é um templo de pedra em êxtase profundo, mas a sinfonia de vida, o correr da água do chafariz eleva até Deus um cântico litúrgico.
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008)
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