Quem é do Casteleiro e tem mais de 40 anos sabe que a pessoa mais poderosa e mais respeitada da terra era a Senhora da Quinta. Antes, fora também muito respeitado a admirado o seu marido, o Dr. Guerra. Nesta breve crónica, fica algo que não é novidade. Um dia alguém devia estudar a sua vida também e dar-nos a conhecer tudo.
A Senhora D. Maria do Céu era Mendes e Guerra por casamento com o Dr. Joaquim Mendes Guerra, e era Barreiros por nascimento. Seu irmão, Padre Barreiros, foi, como se sabe o seu herdeiro único.
A Senhora da Quinta era a dona de metade da aldeia. A Quinta das Mimosas (a que chamávamos apenas «a Quinta») era um foco sempre considerado como exemplo fosse para o que fosse: o azeite, a missa, as visitas eclesiásticas, as «cunhas» para um bom emprego – isto para falar apenas de alguns dos assuntos em que o foco estava sempre lá: na Quinta e, mais propriamente, na Senhora da Quinta.
O Dr. Guerra
Um dia, António Marques, que muito tem investigado estas coisas todas que se referem ao Casteleiro, contou-nos o essencial sobre o inconformado Dr. Guerra que em Coimbra conhecera Salazar e Cerejeira, o Cardeal, e que no Sabugal fundou um jornal, dirigiu movimentos sociais e políticos e até foi a estrela da revolta do Aguilhão. Pode ler mais… (Aqui.)
Filho de um Progressista, Mendes Guerra, o Dr. Guerra, foi Integralista. Lavrador ele mesmo (gestor de uma grande unidade de produção local, a Quinta), foi defensor dos lavradores, dos agricultores da zona.
A Senhora da Quinta, sua esposa, acompanhou à distância toda essa vida agitada, mas na calma da capela da Quinta e da vida «monástica» que fazia, ali sozinha quase sempre, foi-se sempre afirmando como alguém que poderia ajudar em caso de necessidade de um familiar.
O Sr. João Rosa
Após a morte do Dr. Guerra (1953), a Quinta continuou por rotina. Mas depois começou a ser gerida por alguém que com pulso cada vez mais firme, se afirmava fortemente na vida social e cívica do Casteleiro. Muita gente trabalhava «para ele» (para a Quinta), de facto.
A Senhora da Quinta a tudo continuava a assistir com a sua calma e nos retiros da sua capela.
Influência eclesiástica
Impossível falar da D. Maria do Céu sem referir a sua influência na estrutura da Igreja na Guarda e Castelo Branco. Só semelhante à influência que, por via de amigos de grande influência regional e não só, mantinha em matérias como a obtenção de um posto de trabalho fosse na Guarda, na Covilhã, em Castelo Branco ou mesmo na Câmara Municipal de Lisboa.
Mas se ela influenciava a estrutura eclesiástica, não é menos verdade que os dirigentes da Igreja (Bispos, Cónegos, Padres) – que lhe prestavam os seus respeitos de forma sistemática – também a influenciavam por sistema.
Tudo isso, claro, por via dos apoios fortes que a Quinta dava a todos eles também.
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Falta dizer muito, claro: voltarei ao tema mais tarde…
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O tempo
Já que alguém agradeceu o facto de ter inserido as previsões meteorológicas na semana passada, continuo com essa informação sempre útil:
Segunda – 12 / 4. Sol. Períodos de nuvens.
Terça – 13 / 7. Talvez aguaceiros.
Quarta – 11 / 1. Períodos de chuva.
Quinta – 11 / 1. Talvez aguaceiros.
Sexta – 14 / 1. Sol. Poucas nuvens.
Sábado – 10 / 4. Chuva fraca.
Domingo – 14 / 4. Muito nublado.
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«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011)
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