A nível nacional, a Fraternidade Nuno Álvares (FNA) tem mais de sessenta anos. A sua génese está numa eventual confraternização dos Antigos Escuteiros, realizada no dia 21 de Maio de 1939, em Braga. Aí nasceu a UAE-União dos Antigos Escuteiros.
A Junta Central do Corpo Nacional de Escutas (CNE) encontrou ali o embrião e fundou mais tarde a FNA: «…uma associação autónoma com os objetivos de manter unidos e com fraternidade, baseada no Escutismo Católico, todos os elementos, que por condições particulares da sua vida, não podem continuar em atividades no Corpo Nacional de Escutas…»
Este movimento de Escuteiros Adultos com opção Católica, sob orientação de uma Direcção Nacional, apoia diversas regiões, compostas por núcleos, tendo uso de uniforme próprio, embora muito idêntico ao CNE, desenvolve diversas actividades de voluntariado, no contexto ambiental, radiocomunicações e multimédia, e dá apoio à Igreja Católica e ao movimento irmão CNE.
No Fundão, finalmente, foram dados os primeiros passos para a fundação de um núcleo. A iniciativa partiu juntamente do actual Chefe Regional da Guarda do CNE e Direcção do Núcleo da Fraternidade da Covilhã.
António José Alçada, do Núcleo Covilhanense, embora originário de Setúbal onde foi escuteiro do CNE, foi mandatado pela sua direcção para representar a FNA no processo de arranque, não se poupando a esforços para a criação da nova estrutura no Fundão.
O primeiro passo foi dado numa reunião em princípios de Dezembro de 2015, na Sede do Agrupamento 120, do Fundão, com a presença dos Chefes Regionais, do Agrupamento e da Direcção do Núcleo da FNA da Covilhã, nomeadamente o seu Presidente Francisco Farias, assim como os candidatos a fraternos fundanenses: Ana Rita Martins, Fátima Gonçalves, Manuela Martins e Rui Flores. Mais tarde, a convite do mandatário da FNA, o signatário também acedeu a ingressar no movimento.
Os pontos abordados foram: a noção de ser fraterno, organização, o manual de formação e inscrição. Para futuro Assistente de Núcleo sugeriu-se o nome do Padre Jorge Colaço, em face das fortes ligações ao escutismo nacional.
Com base no envio do processo de formação do Núcleo do Fundão, nomeadamente das fichas de inscrição, a Direcção Nacional (por ainda não existir região formalmente constituída na Diocese da Guarda) aprovou a sua constituição na Ordem de Serviço Nacional em 10 de Dezembro de 2015 e nomeou como Coordenadora do Núcleo a Ana Rita Martins até se constituir a futura direcção.
Posteriormente, em princípios de Janeiro, ocorreu uma segunda importante reunião com o mandatário da FNA e o Padre Jorge Colaço, Pároco do Fundão, onde foram abordados temas importantes, que se enumeram: a FNA como um movimento católico; o papel do Assistente de Núcleo; Processo de investiduras e a possibilidade do Padre Jorge Colaço poder vir a assumir o cargo de Assistente.
O Padre Jorge Colaço salientou a importância da UNIDADE de todos os movimentos escutistas no Fundão, nomeadamente o CNE, Guias de Portugal e futuramente a FNA, em prol do bem da comunidade fundanense. O mandatário da FNA realçou no entanto as principais diferenças da FNA em relação ao CNE, nomeadamente o conceito de voluntariado e o respeito pela disponibilidade dos fraternos na participação da actividades, uma vez que muitos têm compromissos familiares e profissionais, condicionando-os na vida escutista. Realçou também a total disponibilidade do Núcleo da Covilhã, uma vez que ainda não existe Região da Guarda, em colaborar na cerimónia de investidura, fardamento, sede e organização administrativa.
Em princípios de Fevereiro (05.02.2016), ocorreu uma terceira reunião, desta vez no Centro Paroquial do Fundão, onde oficialmente e consensualmente se deu início às actividades Núcleo do Fundão, podendo-se considerar esta reunião como o primeiro Conselho de Núcleo, tendo sido presidida pelo Padre Jorge Colaço e tendo como convidados os Chefes Regional e de Agrupamento do CNE e o Mandatário da FNA. Foi amplamente debatida a marcação da cerimónia das investiduras. Era desejo do núcleo fundanense marcar as investiduras para a grande festa escutista em maio, onde escuteiros dos diversos movimentos efetuariam as suas promessas ou investiduras. Porém, o mandatário da FNA apelou para que os futuros fraternos reconsiderassem a data, uma vez que no próximo mês de abril, os Regulamentos e Estatutos da FNA deverão ser alterados, modificando o processo de criação das regiões de três para quatro núcleos, no mínimo.
A existência efectiva do Núcleo do Fundão permite ainda a criação da Região da Guarda, uma vez que presentemente já existem os núcleos da Covilhã, com 36 anos de vida, e do Teixoso, com cerca de dois anos. Depois de um aceso debate o Padre Jorge Colaço, tendo em consideração a importância da existência de uma estrutura regional da FNA na Diocese da Guarda, propôs que as primeiras investiduras se realizassem no próximo dia 5 de Março, pelas 19 horas, na Igreja Paroquial do Fundão.
Entretanto o Núcleo do Fundão, já com os fraternos investidos, irá propor e angariar novos fraternos para uma segunda investidura para o mês de Maio juntamente com o Agrupamento 120 do Fundão e das Guias de Portugal, prevendo-se também a inauguração da futura sede da FNA e, como se deseja, a realização do primeiro Conselho Regional para a eleição da futura Direcção Regional da FNA.
Entretanto, com a aprovação dos novos Estatutos e Regulamentos da FNA, qualquer católico pode ingressar na associação, mesmo sem ter sido escuteiro no passado, facto que já está a mobilizar alguns fundanenses a ingressar no movimento.
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«Aldeia de Joanes», crónica de António Alves Fernandes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Março de 2012)
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