Hoje o Postal fala quase de um tema só e de forma até bastante educada para a vontade com que estou de dar bronca: vou escrever-lhe estas linhas para lhe falar da insensibilidade, da incompetência e da má educação de algumas pessoas que trazem microfones nas mãos e, suponho, carteira de Jornalista no bolso.
Chamam-lhes Jornalistas, mas…
Fazem as perguntas e nem querem saber da resposta – a avançam com a pergunta seguinte como se a pessoa não tivesse dito nada. E quantas vezes a resposta está mesmo a pedir nova pergunta visando o esclarecimento.
Se quando era puto me portasse assim, ai quanta estalada… snas aulas fizesse uma pergunta e me pusesse a ssobiar para o ar em vez de dar atenção à resposta… ai quantos puxões de orelhas – e que bem aplicados que seriam…
Tinha pensado escrever muitas linhas sobre isto – mas acho que não vale a pena.
Num postalinho não cabe mais nada.
Digo apenas que quando jovem e mal chegado às Redacções, aprendi com os heróis que as dirigiam duas verdadeiras leis da profissão de Jornalista – primeira: quem escreve tem de antes de mais respeitar o leitor; segunda: quem entrevista tem de começar por respeitar o entrevistado.
Frente ao microfone, em rádio, quantas vezes me assaltou a tentação de perguntar e desligar? Mas garanto que nunca o fiz. Os entrevistados (centenas) que o digam.
Algo de bom, mas as TVs ainda não devem ter lido…
«Entre 68 países onde a Win Gallup International realizou a sua sondagem anual, Portugal é o 31º com maior índice de expectativa relativamente ao ano 2016, subindo 14 lugares face a idêntica sondagem do ano anterior» – Marktest.
Ainda bem.
Mas será que as TVs têm acesso a estes estudos da Galup?
Ainda se fossem acidentes, crimes e epidemias…
Muita informação não significa boa informação…
«Ao longo do ano de 2015, RTP1, SIC e TVI emitiram 2536 horas de informação».
Qual a distância entre o muito e o bom? Ninguém sabe, mas eu suspeito que os dois conceitos ficam longe um do outro…
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«Postal TV», por José Carlos Mendes
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