Foi criada na cidade mais alta a Confraria da Morcela da Guarda com o objectivo de valorizar e promover uma iguaria gastronómica típica da Beira Alta e da Raia Beirã que tem estado desaproveitada.
O movimento confrádico tem um novo membro. Foi criada a Confraria da Morcela da Guarda por Acácio Patrício Pereira em conjunto com dois amigos, António Carlos Santos e Jacinto Dias, e a ideia passa por «valorizar e promover um produto endógeno da Guarda que é único».
O mentor do projecto esclareceu que a confraria «tem por objecto a defesa, o prestígio, a valorização patrimonial, a promoção da morcela e todos os seus derivados, bem como a promoção de tudo o que directa e indirectamente possa contribuir para a defesa e valorização da morcela, na vertente da produção, transformação, investigação científica e tecnológica».
A morcela da Guarda (tal como a morcela raiano do Sabugal) é um enchido feito com sangue e gorduras de porco, a que se juntam pão de trigo, cebola picada, sal, cominhos, colorau e salsa.
«É uma iguaria que tem estado votada ao abandono, tem estado desaproveitada e desconhecida de muitos. Pretendemos dar-lhe a dignidade que merece, porque ela serviu de alimento a uma série de gerações», justificou Acácio Pereira em declarações à agência Lusa.
Com a criação da Confraria da Morcela da Guarda «pretende-se também dinamizar o comércio local, a pequena indústria [produtora da iguaria] e o turismo», disse. «A morcela da Guarda é única no seu paladar. Consegue ser doce, crocante, macia e aveludada. Só quem a prova é que consegue alcançar o verdadeiro sabor único e exclusivo deste produto que sabe à Serra da Estrela», afirmou.
A Confraria da Morcela da Guarda já foi constituída por escritura pública, seguindo-se «os necessários passos para promover a morcela e a região onde ela é feita», adiantou aquele elemento fundador. «Queremos envolver toda a gente que tenha interesse em promover o que é nosso e a nossa terra. É uma causa que diz respeito a todos», disse.
jcl (com agência Lusa)
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