As presidenciais, uma campanha menor. Menor, na perspectiva do eleitorado, porque não é uma eleição para «quem manda». Menor, porque os dez anos de cavaquismo presidencial maltrataram a presidência, porque Cavaco é menor.
Menor, porque as principais figuras dos candidatos são politicamente irrelevantes.
Menor, porque a campanha se faz sem qualquer substância. As propostas são vagas. Desconexas. Posições avulsas ou comprometidas partidariamente. Desinteressante.
Mas assim se determinou, por uma qualquer vidência ou oráculo consultado por Cavaco Silva. O calendário eleitoral é exemplo perfeito das cavacadas, perdão, trapalhadas deste presidente. Empurrou as legislativas para o mais tarde possível do ano transacto. Retirando tempo e espaço para uma resolução atempada. Depois andou adiar até acabar a caixa dos kompensan. Por isso, ainda estamos sem Orçamento de Estado. E tornou as presidenciais numa salganhada. Havia campanha para as legislativas e, simultaneamente, para as presidenciais! Só cá pelo burgo, onde alcaide é Cavaco.
E assim se chega a este cenário. Na televisão, na rádio, na net, há campanha presidencial. Na realidade do dia da rua, o povo vai dando sinais de cansaço desta vertigem de campanha eleitoral. Até porque, a política actual mais se parece com isso. Com vertigem.
O caso Banif, como arma de arremesso, mostra o quanto o outro governo, o de Passos Coelho, se estava «lixando» para a eleições. Tal qual o do banco seguro (leia-se BES) do outro (leia-se cavaco Silva) pouco antes de ruir. O que me traz à memória o discurso de Ano Novo. Alertar (como ele tanto gosta de referir) que se impõe o combate à pobreza e não tocar no status quo financeiro. É a quadratura do círculo! Porque foi este status quo financeiro que nos levou à crise e esta aumentou a pobreza. O combate à pobreza há-de passar, obrigatoriamente, por uma mudança de paradigma do e no mundo financeiro e sua vigilância. Senão, corremos o risco de aplicar a mesma receita que matou o doente.
Uma campanha menor para o maior dos cargos da República!
Parece que, entretanto, a governação socialista vai levando à prática as medidas que o levaram a ser governo. O aumento do salário mínimo, a reposição dos salários, a redução da sobretaxa de IRS e da CES, a reposição dos feriados (que foi uma das mais demagógicas e estúpidas ideias do anterior governo. Resolveu alguma coisa?), entre outras, parecem já não serem temas de debate e desacordo político. O que prova, então, que a ideia do PS e da esquerda estava certa e que a visão da direita era ideológica e não uma medida financeira e necessária.
A disputa política do PSD são as nomeações feitas pelo governo e não publicadas. Tem razão. Só não sei se acusa o governo de serem muitas ou só de não as publicar? Quanto ao número o PSD devia estar calado… É que, quando se aponta um dedo, estão três apontados a nós.
Ora, é pratica, e é compreensível, que cada governo faça uma série de nomeações. O que me parece estranho é que seja este o assunto politicamente relevante para o PSD!
Sabemos, infelizmente, que muitos dos nomeados são para «tachos» e «panelas». Outros são necessários. Aplicação de uma nova política implica novos executantes. Faz sentido. Todavia, gostaria que o estado não fosse um nicho de boys e girl’s. Muitos deles somente porque são filhos ou enteados ou afilhados de fulanos e sicranos. Sem qualquer experiência, quer profissional quer política.
p.s. Desejo a todos um óptimo Ano Novo!
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«A Quinta Quina», opinião de Fernando Lopes
Já entram para o governo a traição , também querem o presidente da mesma forma deixem concorrer , os candidatos , daqui a quatro anos falamos . vamos ver se não acontece o que ia acontecendo á quatros anos deixado pelo partido socialista,
caro Fernando
A menorização da importância das próximas eleições presidenciais resulta de uma orquestração sabiamente preparada por Marcelo Rebelo de Sousa, apoiada numa comunicação social maioritariamente ao serviço desta candidatura.
Disse-o já, e reafirmo-o, que a eleição do candidato da direita à primeira volta só não será uma realidade se houver uma concentração de votos da esquerda em Sampaio da Nóvoa.
Como ficou ontem bem provado no debate entre Sampaio e Marcelo.
Percebo as lógicas do PCP e do BE, não percebo a lógica daquela senhora Belém…
Face aos acordos para a viabilização de um governo PS apoiado por toda a esquerda, competia a esta senhora desistir e criar condições para que os candidatos dos outros partidos desistissem também em favor de Sampaio da Nóvoa.
Não demorará muito para percebermos o que, no fundo, move aquela senhora, mas não deixarei de a culpar pelo que vier a acontecer no dia 24.
Ramiro Matos