Portugal, não tem poder suficiente para fazer algo de importante dentro da actual União Europeia. Três razões me levam a pensar assim: 1) O novo-riquismo snob e provinciano das elites portuguesas; 2) Portugal não pertence à nata hegemónica da União Europeia; 3) Portugal é um País já alienado, trabalha para os países dos quais depende dentro da União Europeia.

Já várias vezes escrevi que a União Europeia tem por base o egoísmo nacional, nada de igualdade nem de solidariedade, os países mais débeis política e economicamente limitam-se a obedecer aos mais poderosos, e dentro dos mais poderosos está a Alemanha, essa tem a voz hegemónica e um tremendo egoísmo que tem por trás a vontade de poder. Esta é a «Realpolitik», os interesses dos mais ricos e poderosos, tudo o resto é mise en scène.
Vejamos agora o seguinte: Passos Coelho foi o «bom aluno», ou o «prisioneiro modelo?», foi as duas coisas, capitulou perante tudo e todos, aceitou que Portugal tivesse a sua soberania limitada conforme lhe foi proposto pelos neoliberais de Berlim e Bruxelas. Prejudicou com este procedimento a Democracia portuguesa? Sem dúvida! A austeridade imposta, que foi extremamente excessiva fez com que a Democracia retrocedesse, a demonstrá-lo está o número de abstenções nas últimas eleições.
Um outro fenómeno que nos trouxe a actual política da União Europeia, foi o desaparecimento das ideologias, começa a não haver uma grande diferença entre o Centro Direita e o Centro Esquerda, passou a haver pragmatismo.
Esta união de esquerda que presentemente governa Portugal, onde um Partido Comunista, Marxista, apoia no Parlamento um governo do Partido Socialista mostra que nem todos os Povos se vergam à ditadura dos mercados. Agora tudo será um mar de rosas? Um paraíso terrenal? Não! Agora é lutar e resistir corajosamente a esse monstro que é o – Mundo da Finança – tem de ser regulado e controlado, porque ele é o principal inimigo da Democracia.
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
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