:: :: VALONGO :: :: O símbolo do brasão desta localidade como outras das redondezas e proximidades, teria necessariamente de incluir a Ponte de Sequeiros. A ponte de Sequeiros tem, ao longo do tempo, despertado paixões e disputas em que todos têm razão.
Valongo é uma aldeia do concelho do Sabugal. Situa-se na margem direita do Rio Côa que constitui o seu limite a Poente.
O nome desta localidade, constitui desde logo um primeiro ponto de discussão o que nos leva a concluir que esse facto não é tão pacífico como se poderia pensar. Muitas vezes aparece referido como Vale Longo e outras como Valongo. É sabido que estas questões, relacionadas com a toponímia, têm razões que vão muito para além das regras gramaticais associadas ao som das palavras. Não restam grandes dúvidas que o nome inicial era Vale Longo e que a aglutinação sonora feita pelos seus naturais terá levado ao nome por que agora mais se conhece VALONGO, ou melhor, Valongo do Côa. Mas não se pense que o problema deixou de existir: basta fazer uma pesquisa no Google duma forma ou de outra e os resultados têm dimensões parecidas e não são coincidentes.
As duas povoações que se localizam na margem direita do Rio Côa, Badamalos e Valongo e que ambas confinam com a ponte de Sequeiros, têm desenvolvido entre elas uma disputa, nem sempre saudável, sobre a qual delas pertence aquela ponte. Qualquer das povoações fez incluir no seu brasão uma reprodução da ponte como cada uma a vê. No caso de Valongo como estamos a olhar para a ponte de montante para jusante, a torre aparece do lado direito do brasão.
Com a reforma administrativa ocorrida em 2013, a freguesia de Valongo passou a integrar uma autarquia de dimensão territorial maior formada por Valongo e o Seixo do Côa com sede no Seixo do Côa a que se chamou União de Freguesias de Valongo e Seixo do Côa… (Aqui.)
Com a reorganização operada a nova autarquia passou a ser atravessada a meio pelo Rio Côa, que já lá estava quando se efectuou esta alteração. O Rio Côa que já tinha uma importância grande para Valongo certamente que agora terá importância acrescida para a nova autarquia criada.
O solo é pobre principalmente nas zonas mais elevadas e o subsolo é pródigo em grandes afloramentos graníticos que por vezes rompem a superfície apresentando dimensões que a natureza quis que nós víssemos.
Os símbolos heráldicos desta localidade foram publicados no Diário da República, II série de 3 de Agosto de 2011. Desses símbolos destacamos a ponte de Sequeiros e uma mó dourada. A primeira por, praticamente desde sempre ter sido uma referência disputada entre todos os confinantes. A mó por nos fazer lembrar os inúmeros moinhos que existiam nas margens do rio, para satisfazer necessidades de um país quase exclusivamente rural que durante muito tempo fomos.
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Pelas respostas que foram dadas ao inquérito ordenado pelo Marquês de Pombal em 1758, a propósito do terramoto, verificamos que esta terra não era muito populosa… (Aqui.)
Esta situação manteve-se pelo menos até 1905, como se refere nas memórias do concelho do Sabugal de Joaquim Manuel Correia… (Aqui.)
Valongo, como todas as restantes localidades do Sabugal serviu de inspiração ao poeta raiano Manuel Leal Freire que sobre ela escreveu este soneto que o Capeia Arraiana divulgou… (Aqui.)
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Como quase todas as aldeias do distrito da Guarda e em particular as dos concelhos do Sabugal e Almeida, Valongo tem vindo a perder população principalmente a partir de meados do século passado em face da vaga de emigração que aconteceu.
A aldeia que se situa num vale e daí o seu nome, localiza-se numa zona baixa, relativamente perto do rio. Valongo melhorou nos últimos anos o acesso à ponte de Sequeiros, onde agora se pode chegar mesmo de automóvel, o que é mais difícil quando nos deslocamos do lado de Badamalos. As polémicas também servem por vezes para justificar acções. E se a polémica existente, conduz a que se melhorem os acessos à ponte, então venham mais polémicas. Entretanto visitemo-la.
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«Do Côa ao Noémi», crónica de José Fernandes (Pailobo)
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