Vários são os ditos populares em que os pardais entram: Pelo natal tenha o alho bico de pardal – para os alhos. Todos comem trigo, mas quem paga é o pardal – de forma genérica.
O pardal é uma ave que cientificamente se denomina Passer que é um gênero da família Passeridae.
Há dentro do género passer (pardal) algumas variantes quanto ao aspecto que nos apresentam e de que se podem destacar o pardal doméstico e o pardal montês. Este tem por norma a parte de cima da cabeça castanha e uma mancha preta junto ouvido.
Qualquer das variantes são aves pequenas tem bicos curtos e grossos, adaptados especialmente para comer sementes que são a base principal da sua alimentação. No entanto e principalmente durante a fase da reprodução também comem por vezes insectos. Nas cidades, os pardais são praticamente omnívoros, alimentando-se muitas vezes dos restos da comida das pessoas.
O pardal doméstico é a ave com maior distribuição mundial. Habita em zonas próximas do homem tanto no campo como nas cidades. No campo não é tão acarinhado.
Nidifica por norma sob os beirais, em buracos nos muros, paredes e por vezes em tocas de árvores. A postura é de 3 a 5 ovos, sendo a incubação quase
exclusivamente feita pela fêmea.

O grau de sucesso de cada ninhada é alto, e ocorrem facilmente duas a três ninhadas por ano em cada par o que faz com que esta espécie, longe de estar ameaçada está em franca expansão.
No campo, os pardais não são muito acarinhados, sendo até, em certas alturas do ano, perseguidos e caçados. Quando as searas estão prestas a ser colhidas, os pardais por norma podem provocar grandes prejuízos nas respectivas colheitas. O principal problema é provocado pelo facto de atacarem as searas em bando e não individualmente. Os estragos provocados são por norma de grande monta pois para além de comerem as sementes das espigas, partem as próprias plantas que com o seu peso não resistem.
Quando em bando, os pardais, são efectivamente bastante destrutores das colheitas. Durante o inverno, agrupam-se em bandos principalmente quando existe hipótese de obterem algo para comer seja distribuído pelas pessoas seja mesmo na terra.

Os pardais serviram de tema a algumas composições musicais, principalmente no que se refere à respectiva letra. A comparação com os pardais, ou melhor com os bandos de pardais, de certas composições musicais, como este fado de Carlos do Carmo denota a importância que estes têm na mente dos poetas e compositores (aqui).
O canto dos pardais em termos melódicos é extremamente pobre. Não passa, na minha opinião, de um chilrear sem qualquer ritmo e pouco sentido. Mas é a sua forma de comunicar e por isso, aqui fica (canto do pardal).
Ditados populares sobre os pardais é coisa que não falta, mas por hoje ficamos apenas por este:
O primeiro milho é dos pardais
Quer dizer que os mais fracos aproveitam as primeiras vantagens e é usual ser utilizado com esse significado nas mais variadas situações, desde as desportivas em que é comum ouvir-se após um golo marcado cedo: O primeiro milho é dos pardais e o restante de quem joga mais.
A origem deste ditado remonta ao tempo dos romanos em que os agricultores ofereciam os primeiros frutos às aves pois acreditavam que estas os levariam aos deuses como oferendas que na altura eram usuais. E, nessa altura, estar mal com os deuses… não era propriamente coisa que alguém desejasse
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«Do Côa ao Noémi», opinião de José Fernandes (Pailobo)
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