Um outro seguidor das ideologias sociais, mas este evidenciou-se com os seus métodos revolucionários.

Os discípulos de Saint-Simon e Fourier foram uns idealistas, queriam as transformações sociais feitas por meios pacíficos, mas Louis Blanqui, um tipo mais enérgico e também com uma grande dose de impaciência, juntamente com outros revolucionários fundaram sociedades secretas tendo como objectivo o derrube da ordem estabelecida através de métodos conspirativos e revolucionários, eram niilistas.
O homem que melhor simbolizou esta luta político-social foi Louis Auguste Blanqui (1805-1881). Conspirador e homem de acção, o povo tinha-o como um herói. Foi teórico do comunismo, e entregou a sua vida à luta contra o poder estabelecido, uma luta que lhe custou 35 anos de cadeia e 10 de exílio e, com tudo isto, a perca da saúde.
Formou-se nos círculos carbonários de Paris e tentou organizar a juventude universitária contra a monarquia de Luís Filipe. Foi preso, e no tribunal defendeu-se dizendo: «Senhores juízes, sou acusado de ter dito a 30 milhões de franceses proletários como eu, que têm direito à vida».
Com outros camaradas fundou a «Sociedade das Estações», estritamente operária. Foi ele que dirigiu o regulamento de admissão, exigindo aos candidatos o seguinte juramento: «Em nome da República juro ódio eterno a todos os reis, todos os aristocratas e a todos os opressores da Humanidade.»
Durante uma das suas largas passagens pela cadeia estabeleceu um sistema político no qual seria fiel até ao fim dos seus dias: um regime comunista baseado na ditadura provisória da classe trabalhadora e dirigida por uma minoria revolucionária. Mais tarde vemos aparecer esta ideia mo Marxismo, especialmente na sua vertente Leninista.
Apesar da sua inclinação para a centralização dos poderes, era partidário da democracia interna dentro do movimento revolucionário, por isso, escreveu o seguinte a um amigo: «Toda a facção tem uma missão a cumprir. Se a si lhe parece funesta esta diversidade dos sistemas, não passe por alto a mais inegável das verdades, a sabedoria nasce da discussão.»
Lutou pela igualdade dos direitos dos homens e das mulheres, lutou pelo fim do trabalho infantil e bateu-se pelo Sufrágio Universal, por isto, e outro tanto, passou 35 anos na cadeia. Todos os direitos que o Homem conquistou até hoje, como a Liberdade e a Democracia, foi com muito sacrifício, sangue, suor e lágrimas, nada lhe foi dado, tudo veio através da luta.
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
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