Robert Owen (1771-1858) não foi só um teórico, foi também um homem de acção. Lutou imenso para dar uma vida digna ao proletariado inglês de então.
Foi gerente das factorias de New Lanark na Escócia que davam trabalho a 1.500 trabalhadores, reduziu a jornada laboral para dez horas, fundou escolas modelo para crianças e suprimiu a embriaguez, isto tudo enquanto gerente das factorias. Muita gente se deslocava a New Lanark para ver de perto a sua obra filantrópica e pedagógica, inclusive o Czar da Rússia se interessou pelas reformas instituídas nas factorias por Robert Owen.
Dava grande importância à educação e dizia que uma criança quando vem ao Mundo é uma tábua rasa que se pode modelar perfeitamente: «Os homens são e serão sempre o que se fizer deles na sua infância.» Publicou a sua obra – Uma nova visão da sociedade – que foi bem acolhida pelas classes dirigentes inglesas devido ao seu fundo filantrópico.
No final das guerras napoleónicas a situação dos trabalhadores ingleses foi de mal a pior, no meio desta crise social Owen disse que para atenuar a sorte dos trabalhadores não bastavam só as «leis dos pobres» e que era necessário fundar Aldeias para a Cooperação, para solucionar o problema social.
As aldeias para a cooperação eram comunidades agro-industriais com aproximadamente mil pessoas e organizadas sobre a base de uma repartição equitativa da riqueza conseguida, com isto, Owen ia contra o principio capitalista do Laissez faire de Adam Smith, assentava os princípios de uma organização social na cooperação, não pedia com isto a abolição da propriedade privada, mas os poderosos da época, como sempre, e em toda a parte, juntamente com os políticos e os ignorantes, começaram a hostiliza-lo.
Farto da incompreensão dessa gente toda, partiu para os Estados Unidos onde fundou colónias e fomentou o espírito associativo.
No seu regresso a Inglaterra publicou o seu Book of the new moral world, onde sintetizava as ideias expressas em artigos anteriores. Owen tinha uma concepção antropológica optimista, e acreditava que os males da sociedade não têm origem na natureza humana, senão numa organização injusta e defeituosa daquela. Nas comunidades que ele defendia «não seriam necessárias as cortes de justiça, as cadeias e os castigos».
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008)
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