:: :: EFEMÉRIDES 2015 :: 27 DE AGOSTO :: :: O Capeia Arraiana publica diariamente as efemérides mais relevantes de cada data… Hoje destacamos a ocupação do concelho do Sabugal pelas tropas francesas de Reynier, em 1810, e a tomada da praça de Almeida pelas tropas franco-espanholas, em 1762.

>> Dia de Santa Mónica.
>> Alfaiates, Sabugal e Vilar Maior ocupados por Reynier
Há 205 anos, no dia 27 de Agosto de 1810, as tropas do 2.º corpo do exército francês, comandadas pelo general Reynier, vindas do sul para se juntarem ao grande exército de Massena, ocuparam em força as terras dos concelhos do Sabugal, Alfaiates e Vilar Maior, provocando a fuga desesperada das populações.
Enquanto o 6.º corpo, de Ney, manobrava em redor de Almeida, estabelecendo o cerco à fortaleza, e o 8.º corpo, de Junot, estava ainda em Espanha nas margens do rio Águeda, o 2.º corpo, de Reynier, operava em Cória e Placencia, na linha do Tejo. Massena montara o seu quartel-general no forte de La Conception, frente a Vale da Mula, de onde emanava as ordens do dia.
O marechal ainda não decidira como invadir Portugal e estava inclinado a fazê-lo em duas frentes, partindo uma coluna de Almeida, pela estrada da Beira, e penetrando a outra pelo vale do Tejo, em direcção a Abrantes. Porém acabaria por preferir juntar os três corpos e avançar em força por Celorico e Viseu, pois a postura de Wellington, que deixara cair Ciudad Rodrigo e não auxiliava Almeida, indiciava que podia dar-lhe perseguição e enfrentá-lo em qualquer posição.
Foi assim que na manhã do dia 25 de Agosto enviou ordens a Reynier para se deslocar para norte e tomar posição na margem direita do Côa, à esquerda do corpo do marechal Ney. Em cumprimento dessas instruções, o 2.º corpo avançou em marchas rápidas e no dia 27 ocupou em força os concelhos do Sabugal, Alfaiates e Vilar Maior, cujas aldeias ao redor foram também tomadas pelos destacamentos, tendo os soldados ocupado as casas abandonadas pelos habitantes receosos. Tal como o comandante em chefe lhe prescrevera, Reynier estabeleceu o seu quartel-general em Alfaiates e guarneceu fortemente a ponte do Sabugal, tendo em vista dissuadir qualquer tentativa do exército anglo-português de atravessar a linha do Côa.
Os concelhos raianos onde até então tinham forrageado os destacamentos do 6.º Corpo, ficavam agora literalmente ocupados pelas tropas do 2º corpo, as mesmas que com o marechal Soult haviam protagonizado a segunda invasão de Portugal. Estes soldados experientes e com amargas recordações dos portugueses teriam que ali subsistir até que fosse dada a ordem de avançar em direcção a Lisboa. Os povos das terras em redor sofreram então como nunca os excessos da soldadesca que, querendo alimentar-se e aprovisionar-se de víveres, lançavam mão a tudo o que servisse de alimento para os homens e para os animais do exército.
Esta forte e dura ocupação militar das nossas terras manter-se-ia até ao dia 11 de Setembro, data em que Massena transmitiu aos seus lugares tenentes as instruções para a execução dos movimentos preparatórios para o avanço da invasão. Nesse mesmo dia o 2.º corpo deixou as suas posições na margem direita do Côa e marchou para a Guarda, de onde depois prosseguiu num movimento combinado com os restantes corpos do exército.
Já em finais de Março de 1811, malograda a terceira invasão e em plena retirada, as tropas do 2.º corpo voltariam a ocupar as terras do Sabugal, com a ideia de aí conterem o avanço dos anglo-lusos, que lhes davam perseguição. As populações voltaram então a sofrer com as atrocidades dos soldados franceses que vinham ainda mais famintos e coléricos do que quando dali haviam estado há sete meses.
No dia 3 de Abril de 1811, teve lugar a batalha do Sabugal, onde os homens de Reynier foram batidos pelos portugueses e ingleses comandados por Wellington, livrando-se assim os sabugalenses das pilhagens e dos excessos da tropa francesa.
>> A tomada de Almeida na Guerra Fantástica
Há 253 anos, no dia 27 de Agosto de 1762, tropas espanholas e francesas, comandadas pelo marquês de Sarria, que mantinham a praça de almeida cercada e sujeita a bombardeamento desde o dia 11 de Agosto, entram na fortaleza. A entrada aconteceu após negociações e a consequente assinatura da capitulação pelo governador da Praça, o marechal de campo Alexandre Palhais Coelho de Brito, velho de 81 anos, que foi preso mal chegou às linhas portuguesas em Pinhel, sendo conduzido a Lisboa.
Instalado na prisão do Limoeiro, o marechal morreria antes de responder perante o Conselho de Guerra.

A Guerra Fantástica, também designada Guerra do Mirandum ou Guerra do Pacto de Família, foi o nome pelo qual ficou conhecida a participação de Portugal na Guerra dos Sete Anos (1756-1763), fruto de um terceiro Pacto de Família Bourbon. O conflito desenrolou-se no período de 9 de Maio a 24 de Novembro de 1762, iniciando-se quando um exército franco-espanhol, com um efectivo de cerca de 40 mil homens, sob o comando do general Nicolás de Carvajal y Lancaster, o marquês de Sarriá, invadiu Portugal pela fronteira de Trás-os-Montes, conquistando Miranda, Bragança e Chaves, a que se seguiu uma invasão pelas Beiras, conquistando Almeida e Castelo Branco.
Em resposta, formou-se um exército anglo-português, com cerca 20 mil homens, sob o comando do Conde de Lippe, que se posicionou para defender Lisboa, mas em Novembro daquele ano de 1762 foi assinado um acordo de cessar-fogo antes de ser travada qualquer batalha.
O episódio ficou conhecido por Guerra Fantástica porque, apesar se de terem registado sucessivas movimentações de tropas, os recontros limitaram-se a acções de guerrilha conduzidas pelas milícias locais.
>>1762 – Tropas espanholas e francesas, comandadas pelo marquês de Sarria, ocupam a praça de Almeida.
>>1810 – Ocupação dos concelhos do Sabugal, Alfaiates e Vilar Maior pelas tropas do 2º corpo do exército francês, comandado pelo general Reynier, durante a 3ª invasão de Portugal.
>>2009 – Morte de Fernando Guerra Bordalo, de 76 anos, antigo presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, nomeado antes do 25 de Abril de 1974 e depois eleito em 1989.
>>1962 – Chega a Lisboa, para uma visita de três dias, o produtor e realizador norte-americano Walt Disney.
>>1967 – Pela primeira vez um estrangeiro, o belga Anton Houbrechts, vence a Volta a Portugal em Bicicleta – trata-se a 30ª edição.
>>1975 – Vinte e quatro jornalistas do Diário de Notícias são expulsos, em plenário de trabalhadores.
>>1984 – O Pavilhão dos Desportos, em Lisboa, passa a designar-se Pavilhão Carlos Lopes.
>>2010 – Simão Sabrosa renuncia à selecção de Portugal, numa missiva endereçada ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol.
>>1521 – Morte do compositor Josquin Desprez, responsável pela fixação da estrutura da Missa e pela renovação da polifonia.
>>1576 – Data provável da morte de Ticiano, artista veneziano da Renascença.
>>1770 – Nascimento do filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel.
>>1914 – O exército alemão ocupa Lille, em França, no decurso da I Guerra Mundial.
>>1950 – Morte do escritor italiano Cesare Pavese, 42 anos, autor de “O Camarada”, “Noites de agosto”.
>>1965 – Morte do arquitecto de origem suíça Le Courboisier, pioneiro das modernas teorias de urbanismo.
:: ::
>> Dia 239 de 2015. Faltam 126 dias para o fim-de-ano.
:: ::
jcl e plb
Leave a Reply