Foi marcante a ditadura do Estado Novo, em vários aspectos, entre eles a quase nula consciência social, tanto do Estado como de uma boa parte da população portuguesa, principalmente nas regiões onde mais predominou o caciquismo e a influência da Igreja Católica. Não nos admiremos portanto, que falar em questões sociais nessas regiões seja quase uma heresia.

Estamos todos recordados da terminologia usada para designar os países que na Europa se encontram em maiores dificuldades financeiras – PIGS – Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha (Spain).
Se olharmos para a história desses países veremos que têm em comum terem sido governados durante muitos anos por ditaduras de extrema direita impostas por golpes militares e a influência da Igreja ter sido muito preponderante.
A Irlanda difere um pouco, não foi governada por nenhuma ditadura, mas por um partido ultra conservador também muito ligado à Igreja.
Destas ditaduras, Portugal, Espanha e Grécia, com o ultra conservadorismo da Irlanda, resultou que os seus Estados tenham sido, e continuem a ser pobres, também com pouquíssima consciência social, assim como as próprias populações.
Qual a principal causa da pobreza dos Estados nestes países? Fraude Fiscal, principalmente por parte das classes sociais riquíssimas, dos bancos e grandes empresas. Não vale a pena estar a aprofundar este tema, todos sabemos como actuam, que é feito da célebre lista que nos revela o nome das principais figuras oligárquicas portuguesas que têm dinheiro na Suíça e dominam o Estado?
Vejamos esta notícia do Expresso: «Foi montado um esquema para fugirmos aos impostos», edição de 28 de Janeiro de 2015. Palavras de Hélder Bataglia na Comissão de Inquérito à Gestão do BES.
O nosso Povo diz que o maior cego é aquele que não quer ver…
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008)
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Amigo Duarte :
Tens razão, querer modificar um país económica, social e culturalmente, sem transformar por completo as mentalidades retrógradas dos seus habitantes, da maior parte, e conseguir que a suas elites políticas e económicas sem tornem elites éticas, é como tentar que um rio corra da foz para a nascente.
Quando 200 euros dados a um desempregado para matar a fome é considerado um crime, e 200 mil dados a um rico para comprar um topo de gama, ou ir depositá-lo num Paraíso Fiscal é considerado normal, o que é que isto significa ? Uma alienação total e um retrocesso aos séculos XVIII e XIX.
António Emídio
Ficaram muitas coisas, amigo António… Muitas, mesmo