Manuel Leal Freire brinda-nos com uma nova vaga de sonetos, desta feita elaborados em louvor da Madre-Natura. Em cada semana, ao domingo, a poesia do bismulense de pena firme e de memória prodigiosa deslumbra-nos com a exortação às árvores e arbustos que fazem parte na paisagem raiana.

O RESTOLHO
Não há ceifeiro que não cante a toada
Que é por cima que se ceifa o pão
A foice habilmente manejada
O caule corta quase rente ao chão
Por hábeis mãos a paveia atada
Espera depois a vez do carrejão
Pequena ou grande a meda é abençoada
Mas só se malha já em pleno Verão
Antes porém que seja arroteada
O bom pastor não desperdiça nada
A folha em pousio é provisão
Por sobre ela pastará a peara
Bem rente ao caule a erva que secara
Dará aos gados lauta refeição.
:: ::
«Poetando», poesia de Manuel Leal Freire
Leave a Reply