Manuel Leal Freire brinda-nos com uma nova vaga de sonetos, desta feita elaborados em louvor da Madre-Natura. Em cada semana, ao domingo, a poesia do bismulense de pena firme e de memória prodigiosa deslumbra-nos com a exortação às árvores e arbustos que fazem parte na paisagem raiana.

A GINJEIRA
A meio entre a árvore e o arbusto
Impressiona o seu tom rupestre
Não há, porém, rebento mais robusto
Em todo o nosso devenir campestre
Por espontâneo, di-lo-ão silvestre
E por antigo certo que é vetusto
Aliás, qualquer licoreiro mestre
Dirá a ginja um fruto venusto
Os deuses no Olimpo, à própria Ambrósia
A julgariam apenas simples sósia
Da nossa ginja, se acaso a provassem
Prestemos, pois, culto aos licoreiros
Eles sim, alquimistas verdadeiros
Se as suas patentes registassem.
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«Poetando», poesia de Manuel Leal Freire
Julgo que coincidimos há uns anos. Não é o autor de “Animal de forma esguia é tão estranho parecer…” Sou Almeida Mattos do Porto e-mail oraviva.amattos@gmail.com