Este artigo é como que o seguimento do último que escrevi, Ciência das Ideias. Leiamos então estas palavras de Bertolt Brecht: «O analfabeto político é tão burro que se orgulha e incha o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o assaltante e o pior dos bandidos que é o político corrupto e o lacaio das empresas nacionais e multinacionais».

Em meados do século passado alguns intelectuais apologistas da democracia liberal-capitalista, tanto nos Estados Unidos com na Europa Ocidental, começaram a difundir a tese de que as ideologias estavam a chegar ao fim, alguns profetizaram a desideologização do homem e da sociedade, atingindo então uma «apatia política» em consequência desse fenómeno. Mas alguém se apercebeu que esta tentativa de desideologização não era senão o produto de uma ideologia, a nova ideologia, a que hoje prevalece.
Depois de derrotado o Fascismo e mais tarde o comunismo soviético, as elites burguesas capitalistas viram-se sem rivais, implantaram então a sua ideologia. Portanto querido leitor(a), vivemos numa fase histórica altamente ideologizada. O que é que a ideologia dominante glorifica? Em primeiro lugar os valores materiais, depois o culto ao consumo, a idolatria da técnica e o hedonismo. Esta é a ideologia de Washington, Berlim e Lisboa.
Eu não vou escrever o que já escrevi centenas de vezes e que também faz parte da ideologia reinante, concorrência, competência etc., quero simplesmente dizer-lhe o seguinte: no actual momento histórico, se os cidadãos abandonarem a política entregando-a a si mesma, ela transforma-se numa tirania, digo isto porque noto que por parte desses mesmos cidadãos cada vez há menos consciência crítica.
Quando me refiro á consciência crítica ponho de parte, como é lógico, o sectarismo. Criticar os do outro partido e permitir tudo no nosso, isto é «futebol político», jogado com mestria de Monção a Faro, passando pelo Funchal e Ponta delgada.
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
Um desses ideólogos até escreveu um livro “O Fim da História”… Só que, enquanto houver pessoas a História nunca chega ao fim