Parece que terminou o labor da Comissão de Inquérito parlamentar ao caso BES. Esta, quase diária, novela do BES entrou-nos pela casa dentro como um entretenimento.

1 – No início foi-nos apresentando as personagens, as inquiridas e os inquiridores. E foi-nos levando para e por um enredo, deveras intrincado e, em alguns momentos, surpreendentes. O final – e sabendo que uma Comissão Parlamentar não tem poder judicial – vão-se descobrindo uns culpados, uns ignorantes e, maioritariamente, amnésicos.
Deixando à Justiça o seu papel, que é o de julgar, esta comissão permitiu-nos que, pela passerelle do parlamento, desfilasse parte da elite cá do burgo.
O que por ali passou foi a mais baixa lavagem de roupa suja e, sobretudo, a falta de vergonha na cara. A água foi sempre sacudida do capote. Ninguém sabia, ninguém se lembra. Mas alguém pode acreditar nesta gente? Alguém acredita que ninguém sabia e perderam a memória? Então? Estamos a falar nos melhores e mais premiados CEO do burgo, do mundo e até da Europa!!!
Esta comissão permitiu ver que essa elite não passa de gente mentirosa. Mas, claro, muito vai ficar por esclarecer. A seguir nos próximos episódios.
Não esquecer os lesados do papel comercial e os três mil e novecentos milhões de euros que o governo lá colocou. Ou seja, o nosso dinheiro também lá está investido. Os famosos contribuintes.
2 – A lista vip existe ou não? Agora aparece uma lista com quatro nomes. Uma listinha. A ideia que fica é que havia lista. Ou pelo menos uma ideia de lista. Parece que, com o surgimento desta, agora, listinha, a intenção é que fique a ideia de que, sendo poucos, é menos grave. Lamento que este caso não tenha consequências políticas. Devidas. Mas de um governo onde há demissões irrevogáveis…
3 – Aplaudo a atitude de Henrique Neto em avançar com a candidatura a Presidente da República. Aplaudo-a pelo princípio que revela, desprendido de partidos e movimentos, unipessoal. Livre e de sua vontade. Sempre considerei que candidatar-se a Presidente da República é um direito, muito mais que um dever. É um acto de cidadania.
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«A Quinta Quina», opinião de Fernando Lopes
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