Manuel Leal Freire brinda-nos com uma nova vaga de sonetos, desta feita elaborados em louvor da Madre-Natura. Em cada semana, ao domingo, a poesia do bismulense de pena firme e de memória prodigiosa deslumbra-nos com a exortação às árvores e arbustos que fazem parte na paisagem raiana.

O AMIEIRO
Em trovas, de terno amor e troça sã
Lhe pedem os cantores da borda de água
Que não seja o juramento coisa vã
E não deem as paixões motivo a mágoa
Madeira para socos, diz malsã
Mulher que a todos mostra a anágua
Sai dele um Santo ou sai um Satã
Depende do artista e sua frágua
Das verdes margens feito soberano
Servindo as setas como um pelicano
A elas transmitindo os seus eflúvios
Suporta as enchentes se a procela
Ameaça levar tudo com ela
E resistindo mesmo aos dilúvios.
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«Poetando», poesia de Manuel Leal Freire
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