Manuel Leal Freire brinda-nos com uma nova vaga de sonetos, desta feita elaborados em louvor da Madre-Natura. Em cada semana, ao domingo, a poesia do bismulense de pena firme e de memória prodigiosa deslumbra-nos com a exortação às árvores e arbustos que fazem parte na paisagem raiana.

O BRACEJO
Não há no mundo fibra mais modesta
Ou que possa vingar em chão tão pobre
Por entre rochas numa simples fresta
Lugar para crescer ali descobre
Resiste aos sóis e nem sequer o cresta
Nevão de metro que os cerros cobre
Quando nos cumes já nada mais resta
O baracejo espera quem o obre
Vassoura humilde que as lages varre
Ou que voando leva ao aquelarre
Mil bruxas para as noites de satã
Tornado artefacto, não é fútil
Punhado de fios torna-se útil
Não há na natureza coisa vã.
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«Poetando», poesia de Manuel Leal Freire
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