A Irmandade de São Vicente de Aldeia de Joanes (Fundão) é uma das mais antigas do País e talvez do mundo, fundada em 1233, a atingir quase os oitocentos anos, tantos com tem a Língua Portuguesa. Desconheço o documento da sua instituição, mas a base histórica está bem patente nas revisões e alterações dos seus estatutos nos anos de 1675, 1715, 1823 e 1938. Assim sendo tem-se por certa essa data, que figura em letras bem visíveis, na bandeira que acompanha as cerimónias religiosas e o cortejo fúnebre de todo o irmão ou irmã.
As Irmandades são Associações Públicas de Fiéis «canonicamente eretas pela autoridade diocesana, gozando de personalidade jurídica no foro canónico».
Um dos rituais seculares, originários da fundação é o aval de aceitação por parte dos Órgãos Sociais, na concordância e aceitação de novos irmãos, que consiste no lançamento numa urna de votação, um feijão de cor branca ou preta. A cor branca é de aceitação, a preta é de rejeição. O número de cada cor define a decisão.
Em Aldeia de Joanes havia também a Irmandade das Almas, que devido ao seu progressivo declínio se juntou à de São Vicente e ficou apelidada de Irmandade de São Vicente e Almas.
Em 19 de Agosto de 1992, foi a última data da revisão dos seus estatutos com quarenta artigos, aprovados a 5 de Novembro do mesmo ano pelo Bispo da Diocese da Guarda. A Irmandade de São Vicente e Almas, da Paróquia de Aldeia de Joanes, tem como fins «a santificação dos seus membros, a devoção às Almas do Purgatório, a ajuda espiritual aos irmãos para que possam viver e morrer no Senhor, a acção sócio-caritativa a favor das pessoas necessitadas e a colaboração na acção evangelizadora da Igreja».
Em Aldeia de Joanes, na Igreja Matriz, num dos altares laterais vemos a imagem de São Vicente, relembrado principalmente nos primeiros domingos de cada mês, com a Eucaristia a sufragar todos aqueles que já partiram e pertenciam à Irmandade.
A Bandeira, símbolo da Irmandade, tem duas faces. Na primeira, a imagem de São Vicente, com um anjo portador da palma de mártir, a Mãe e o Menino, a coroa da glória, a barca com as relíquias do Santo (veladas por dois corvos) vindas do Cabo de São Vicente para Lisboa, por ordem de D. Afonso Henriques, bem patente na simbologia Lisbonense. No outro painel, vemos Cristo descido da Cruz e recolhido por sua Mãe, Maria Madalena debruçada sobre os seus pés e o discípulo João.
Durante estes anos têm decorrido eleições para os Corpos Sociais, sinal evidente de que esta Instituição tem continuidade. Na última Assembleia Geral em 25 de Janeiro, foram eleitos os novos membros da Irmandade de São Vicente e Almas para o triénio de 2015 a 2017.
Aqui ficam registados os seus nomes e os cargos respectivos.
Assembleia Geral
Presidente – Manuel Joaquim Lambelho Ramos
1º Vogal – Maria Henriqueta Veríssimo Albino de Carvalho
2º Vogal – Maria da Conceição Lambelho Ramos
Mesa Gerente
Juiz da Irmandade – Vítor Manuel Gonçalves de Sousa
Secretário – José António Gonçalves de Carvalho
Tesoureiro – António Alves Fernandes
1.º Vogal – Higino Serra da Cruz
2.º Vogal – Mário Vaz Salvado
Conselho Fiscal
Presidente – Agostinho Costa Santos
1.º Vogal – Maria Teresa Lourenço Monteiro
2.º Vogal – António Campos da Ascensão
A esta nova equipa de voluntários, em missão de serviço à paróquia e comunidade de Aldeia de Joanes, deseja-se um trabalho profícuo. Aos que cessam funções, o Bem-Haja.
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«Aldeia de Joanes», crónica de António Alves Fernandes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Março de 2012)
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