Em nome de que deus se mata? Que religião é essa que cultiva o ódio, o assassínio, a morte? Que fé é essa que conduz os homens a arvorarem-se justiceiros em nome de um profeta? E que homens são esses que, matando, dão provas da sua crença?
Não. Não confundo a árvore com a floresta. Daí que não confundo com aqueles energúmenos que, em Paris e cobardemente, assassinaram doze pessoas, todos os muçulmanos. Nem todos são intolerantes. Nem todos são fundamentalistas. Nem todos são cobardes. Porque o que se passou em Paris foi um acto, acima de tudo, cobarde. Pois, de cara tapada e armados de Kalashnikov, abateram quem lhes apareceu pela frente, gente desarmada, só pode ser cobarde. Mas o acto, bárbaro, significa muito mais do já impagável preço de vidas humanas. A cobardia é, contudo, a característica desta gente. O que o acto significa é, em si mesmo, a negação daquilo que é o islamismo. Assim, num ódio incompreensível ao ocidente, é no ocidente que se alimentam.
Residem na Europa milhões de muçulmanos que, tal como portugueses, espanhóis, italianos… vieram à procura de melhores condições de vida. Nos espaços (países) que escolheram foram acolhidos com as mesmas normas dos autóctones. O respeito pelas leis, pelos costumes e tradições. Portanto, o aceitar o principio de uma democracia ocidental é basilar. O que acontece é que, muitas destas comunidades muçulmanas exigem o respeito e a tolerância para consigo, mas procurando impor a sua cultura aos demais. São estas democracias que lhes permite viver e sobreviver. São estas democracias que lhes permitem, no uso de plena liberdade, praticar o seu culto. É nelas que alimentam o seu ódio. Apetece perguntar, se estas democracias que os acolhem, não lhes servem, porque vêm? Sabemos como são tratadas as outras religiões e costumes em países muçulmanos.
Este acto significa a prova provada do obscurantismo em que mergulhou o islamismo. E pensar que a cultura muçulmana, há mil anos atrás, era o topo do conhecimento do mundo conhecido. Devemos-lhes avanços civilizacionais, nessa altura e numa altura em que o ocidente era ele mesmo obscuro, na matemática, na astronomia (área em que Portugal muito beneficiou nos descobrimentos), na medicina e na filosofia (foram os muçulmanos que introduziram Aristóteles e ouros pensadores gregos na Europa através da Península Ibérica), na arquitectura e em outras áreas. A cultura muçulmana regride, deixou, ou quis, entrar numa espiral descendente, que a transforma num mero bando de assassinos.
A matança no Charlie Hebdo procura transmitir o medo e o terror. O efeito vai ser o contrário. Procuraram calar, mas vão ouvir mais alto. Matando, transformaram em heróis os mortos. No fundo, o atentado falhou. O que sobra é a condenação do mundo. Mesmo do mundo deles. É uma oportunidade para que os países árabes e muçulmanos se demarquem desta gentalha e marquem raias a estas atitudes fundamentalistas. É a altura para os líderes religiosos islâmicos venham a público condenando a barbárie e mostrando ao mundo quais são as normas que regem o islão.
Tudo, para que isto e outras matanças não aconteçam. Oxalá!
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«A Quinta Quina», opinião de Fernando Lopes
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