A Câmara Municipal do Sabugal deverá preocupar-se com o desenvolvimento da região onde se insere, e isso terá que passar pela criação a breve trecho de um fórum que sirva de instrumento para a auscultação da população e para a definição das estratégias do futuro.
A sustentabilidade do crescimento da economia local apenas se atingirá com o reforço do investimento, o que pressupõe a adopção de uma nova política de desenvolvimento do território por parte do governo central. Porém, nada se conseguirá sem a coesão territorial e social, assim como a valorização do património natural e cultural, e isso apenas é possível cativando as pessoas para a exposição e o debate de ideias que enquadrem o futuro.
É premente a necessidade da criação de um fórum de trabalho, no qual participe a Câmara, a quem o cabe convocar e moderar, e esteja aberto à participação empenhada das forças vivas do concelho – cidadãos, empresas, associações, juntas de freguesia e as demais instituições.
É aí o local ideal para a auscultação da comunidade acerca dos seus problemas e anseios. É lá que se garantem compromissos, se definem parcerias e se lançam dinâmicas para um progresso saudável e transparente, baseado em decisões equilibradas e realistas.
A Assembleia Municipal aprovou na sessão ordinária de 26 de Dezembro um plano estratégico para o concelho, que pode ser um óptimo ponto de partida para a discussão permanente acerca do futuro da nossa terra. O fórum pode confirmar ou recentrar estratégias, com fidelidade ao objectivo do bem-estar e do desenvolvimento.
É pois fundamental que o Município cative o empenho de todos na causa do progresso, cultivando o apelo a uma ética de responsabilidade partilhada, que tenha em conta o bem comum.
O fórum pode ser ademais o lugar adequado para o lançamento definitivo do processo para a elaboração de um orçamento participativo para o ano 2016, já que em 2015 isso ficou puramente ignorado.
Afinal, trata-se de levar os cidadãos que vivem no concelho, os que cá trabalham, e os da diáspora sabugalense, a sentirem a descoberta do caminho para o desenvolvimento, promovendo actividades sustentáveis do ponto de vista económico, social e cultural.
A assembleia participativa, conduzida por alguém competente e moderado será afinal a corolário da acção dos órgãos municipais, que com modéstia e sentido de responsabilidade descem do pedestal e vão à procura das pessoas apelando-lhes ao empenho na promoção da qualidade de vida dos seus concidadãos num compromisso de médio e longo prazo.
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«Contraponto», opinião de Paulo Leitão Batista
Penso que se justifica plenamente o desejo expresso no texto – criação do Forum – para que quem queira dar contributos construtivos para a discussão o possa fazer… Há muito boa gente, com a formação e experiência adequadas, aquém e além-Sabugal, em Portugal ou no estrangeiro, que pode e deve dar achegas para ajudar ao desenvolvimento sustentável do concelho. Aplaudo esta iniciativa…