Transcrevemos de «Estudos Etnográficos, Filológicos e Históricos», de Augusto César Pires de Lima.
Para se descobrir a qualidade da pessoa com quem se vai casar, põe-se ao sol, no São João, um pouco antes da meia-noite, um copo com água. Quebra-se um ovo e deita-se a clara para dentro do copo, ao mesmo tempo que se diz:
São João, de Deus amado
São João, de Deus querido
Deparai-me a minha sorte
Neste copinho de vidro
Se eu tiver de ser casada
Amostrai-me o meu marido…
Pela manhã, antes do nascer do Sol, vai examinar-se a água formada pela clara.
Se o futuro marido, vier a ser brasileiro ver-se-á um navio com todos os seus aprestos. Se for pedreiro, um martelo. Se for alfaiate, uma agulha de coser. Se for lavrador, um arado. Se for jornaleiro, o cabo de uma enxada…
Estas tradições, ou similares, estão em voga por todo o mundo.
Vejamos um poema do brasileiro Catulo da Paixão Cearense, mantendo a ortografia:
Quebrando as moças a quilara
Dum ovo num copo de água
Quiria sabé si a sorte
Li dava o noivo da morte
Ou um noivo de si casá…
Agora, uma tradição grega
As raparigas servem-se de um espelho onde vem reflexir-se a imagem do futuro marido dentre figuras produzidas por chumbo derretido lançado na água.
Entre nós, para um rapaz saber a rapariga com quem há-de casar, aproveita a meia-noite de São João para deitar num copo de água vários bilhetinhos com os nomes das possíveis conversadas e expõe o copo ao rol da noite.
Pela manhã, antes do nascer do Sol, vai ver o copo e encontra aberto o escrito com o nome daquela que lhe há-de caber em sorte, permanecendo todos por abrir, se o rapaz não tiver de casar com nenhuma.
Mulher que se molha ao lavar a roupa, há-de casar com um homem bêbado.
E diz o povo, os casamentos não se devem celebrar nem às terças nem às sextas-feiras.
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«Caso da Semana», análise de Manuel Leal Freire
Mestre :
Esta, ouvi-a aqui nos nossos sítios : é de toda a conveniência que a noiva leve umas cuequinhas de côr verde para a noite de núpcias…
Porquê ? Ninguém me soube explicar !
António Emídio