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19 Novembro 2014

Pelourinhos em Terras de Riba Côa (30)

Por José Fernandes
José Fernandes
Do Côa ao Noémi, Pailobo, Trancoso josé fernandes, pelourinhos de ribacôa, trancoso Deixar Comentário

:: :: TRANCOSO :: :: – Ao conceder forais a determinadas aldeias, as ordens militares ou o Rei reconheciam a sua importância para a defesa ou consolidação do território nacional. No caso de Trancoso em que o foral foi atribuído por D. Afonso Henriques, ocorreu logo após a sua conquista aos mouros e teve como principal objectivo a defesa e o povoamento.

Castelo de Trancoso
Castelo de Trancoso

O concelho de Trancoso, localiza-se no distrito da Guarda, na sua parte mais a norte, envolvido por vários Municípios do distrito. Era através de Trancoso que se estabelecia a ligação da Beira ao Vale do Douro e por isso a sua importância estratégica principalmente nos primórdios da nacionalidade em que o país ia crescendo de norte para sul e de poente para nascente e quando o seu limite a este era o rio Côa.
Trancoso foi uma importante vila portuguesa, importância adquirida desde os tempos da reconquista cristã, que como se sabe avançava de norte para sul. A importância deste local, também adveio da sua posição geográfica e das cotas altimétricas a que se localiza o seu castelo (cota 900) donde se podia avistar ao longe os territórios na envolvente. Lembremo-nos que nessa altura quer as conquistas quer as invasões eram decididas e controladas à vista. Por isso a grande importância que tiveram todas as localidades situadas nas cotas mais elevadas.
Trancoso foi conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques em 1160 data provável em que terá atribuído foral aquela comunidade. Este foral foi confirmado depois em 1217 por D. Afonso II o que fez com que a localidade se desenvolvesse do ponto de vista económico. Aí se reuniam os produtores da zona periodicamente o que acabou por conduzir a que, D. Afonso III criasse a sua feira franca.
D. Dinis, que escolheu esta vila para celebrar o seu casamento com aquela que seria a Rainha Santa Isabel acabou por transformar Trancoso numa terra importante e que a par do Sabugal acabou por ser das preferidas daquele rei.
Na crise de 1383/1385 Trancoso tomou o partido do mestre de Avis tendo nesse contexto disputado com D. João de Castela a batalha de S. Marcos em 29 de Maio de 1385 que venceu. Aliás na zona de Riba Côa houve nesta crise, como provavelmente nas outras, sempre partidários de ambas as partes dos conflitos. Por exemplo Figueira de Castelo Rodrigo tomou o partido de D Beatriz (aqui) o que levou a que, ganha a guerra pelo Mestre de Avis, se tenham seguidamente «acertado as contas» como de resto ainda hoje isso acontece na política. Assim Trancoso a par de Pinhel passaram a ser as terras mais importantes da zona em detrimento de Figueira de Castelo Rodrigo e de Vila Nova de Foz Côa que nesta altura ficou praticamente subordinada a Torre de Moncorvo.
Trancoso, a par das outras terras desta zona teve participação activa na generalidade dos episódios históricos que por estas bandas ocorreram e de que poderemos destacar: A restauração em 1640, as invasões francesas, principalmente a terceira, em 1810, e a revolução liberal, em 1820.
Esta vila que foi o berço do «profeta popular» Bandarra, acabou por se tornar conhecida também por esse motivo. Toda a Gente que fala em Bandarra associa de imediato a Trancoso e vice-versa. Quer isto dizer que entre aquele filho da terra e a terra se estabeleceu uma cumplicidade penetrante que um automaticamente conduz ao outro.

Mapa de Trancoso antes da reforma de 2013
Mapa de Trancoso antes da reforma de 2013
Brasão de Vila
Brasão de Vila

Este Município é um dos poucos em Portugal que tem o seu território descontínuo. Na verdade a freguesia de Guilheiro constitui um exclave de Trancoso, isto é: Está separada fisicamente de Trancoso mas pertence ao concelho de Trancoso.
Atribuição do foral a Trancoso, dado por D. Afonso Henriques, teve como objectivo garantir e incentivar o povoamento. O documento não tem data inscrita mas os estudiosos desta matéria admitem que ele terá sido dado por volta de 1160.
O foral foi confirmado por D. Afonso II em Outubro de 1217.
Em 12 de Janeiro de 1391, D. João I atribui novos privilégios aos moradores de Trancoso. Diz-se que por terem apoiado a sua causa na crise 1383/1385, ao contrário de outras terras na zona.
Por último, em 1 de Junho de 1510 D. Manuel I, à semelhança do que fez para a generalidade dos municípios, atribuiu-lhe novo foral, essencialmente relativo a rendas e direitos.
Do ponto de vista territorial Trancoso não viu alterado o seu território com a reforma de 2013. No entanto, como na generalidade dos Municípios houve agregação de Freguesias.

Brasão de cidade
Brasão de cidade


O brasão de Trancoso reflecte as características de uma cidade fortificada. O brasão teve 4 torres quando a sede do Município era uma vila. Quando passou a ser cidade o que aconteceu em 9 de Dezembro de 2004, o brasão de Trancoso manteve o conteúdo, mas adquiriu nos termos da lei, mais uma torre. Por isso representam-se ambos.

Como a generalidade dos Municípios também Trancoso possuía e possui ainda um pelourinho, todo ele em granito trabalhado.

O pelourinho foi classificado imóvel de interesse público (aqui).
Este pelourinho faz parte do inventário elaborado pela Academia Nacional de Belas Artes em 1935 (aqui).

Pelourinho de Trancoso
Pelourinho de Trancoso

O castelo de Trancoso foi edificado antes da criação do Condado Portucalense que depois viria a dar origem a Portugal. Quando o Condado foi formado, o Castelo de Trancoso e a própria localidade faziam parte do dote de D. Teresa.
Este Castelo ao longo da história, tem sido palco de vários eventos, uns mais famosos que outros. Assim, em 1282 foi no Castelo de Trancoso que foi celebrado o casamento de D. Dinis com a Rainha Santa Isabel.
Durante a crise de 1383/1385 Trancoso e o seu Castelo tomaram o partido do Mestre de Avis. As terras deste concelho foram várias vezes invadidas nesta altura e outras tantas repelidas.

Castelo de Trancoso
Castelo de Trancoso

O Castelo e as muralhas foram classificados como monumentos nacionais por Decreto de 8 de Julho de 1921.
Trancoso é uma terra cheia de lendas e histórias de natureza popular. Muitas delas referem-se ao ícone da terra «O BANDARRA». O Bandarra era um sapateiro da localidade que para além do oficio também era poeta e «profeta». São as chamadas profecias do Bandarra que o tornaram conhecido e por arrasto a terra onde viveu e morreu. Veja por exemplo a lenda do conserto das botas (aqui). Ou mesmo outra,de cariz histórico, João Tição (aqui).
Também sobre o Bandarra e o que outros pensavam dele podemos obter informação (aqui).
Trancoso faz parte do grupo das Aldeias Históricas, tendo ao abrigo desse programa sido recuperado grande parte do património intra muralhas.

Visitar Trancoso é para além dum dever, um prazer. Venha visitar-nos que não vai arrepender-se.

:: ::
«Do Côa ao Noémi»,
opinião de José Fernandes (Pailobo)

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José Fernandes
José Fernandes

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