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19 Outubro 2014

As pioneiras em Medicina

Por Maria Máxima Vaz
Maria Máxima Vaz
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Foi dado o nome de uma médica beirã ao hospital de Loures – Carolina Beatriz Ângelo. Este facto encheu-me de orgulho por ser natural da Guarda, capital do nosso distrito. Mas nos discursos de ocasião houve quem exagerasse, ao afirmar que «foi a primeira mulher a formar-se em Medicina no nosso país». Na continuação da matéria da minha última crónica, é oportuno recordar as primeiras mulheres que se entregaram ao estudo e à prática da Medicina. Na verdade, a nossa conterrânea concluiu o curso em 1902 e desde 1889 que se formavam médicas em Portugal.

Pioneiras da Medicina em Portugal (da esquerda para a direita) Aurélia de Moraes Sarmento, Laurinda de Moraes Sarmento, Guilhermina de Moraes Sarmento e Amélia Cardia
Pioneiras da Medicina em Portugal (da esquerda para a direita): Aurélia de Moraes Sarmento, Laurinda de Moraes Sarmento, Guilhermina de Moraes Sarmento e Amélia Cardia

Apontam-se como pioneiras, cinco nomes: Elisa Augusta da Conceição Andrade, Amélia dos Santos Costa Cardia, Aurélia de Morais Sarmento, Laurinda de Morais Sarmento e Guilhermina de Morais Sarmento.

Estes são os nomes das mulheres consideradas as primeiras médicas portuguesas, embora não seja claro se a primeira, Elisa Augusta, teria ou não concluído o curso. Matriculou-se na Escola Politécnica em 1880, que frequentou até final de 1884, desconhecendo-se se o teria finalizado, embora haja fontes que indicam que terá terminado o curso em 1889. Outras fontes porém, dizem não existir a dissertação de licenciatura que o prove e colocam a hipótese de ter desistido.

Amélia Cardia dos Santos Costa matriculou-se na Escola Politécnica em 1883, tendo frequentado este estabelecimento de ensino até ao final do ano lectivo de 1887.

Daí passou para a Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, onde terminou o curso de Medicina no dia 20 de Julho de 1891. Tinha 36 anos de idade e foi a primeira mulher a trabalhar num internato hospitalar.

Seguiram-se no tempo, as três irmãs Morais Sarmento – Aurélia, Laurinda e Guilhermina, naturais de Aveiro e formadas na Escola Médico-Cirúrgica do Porto.

As duas primeiras fizeram a primeira matrícula em 30 de Setembro de 1886 e a 9 de Novembro de 1891 terminaram a licenciatura em Medicina. Guilhermina, mais nova que elas seguiu-lhes o exemplo.

Em 1887, com 17 anos de idade, matriculou-se na Academia Politécnica do Porto, que frequentou durante dois anos. Em 1889 passou a frequentar a Escola Médico-Cirúrgica do Porto, concluindo a licenciatura em 1894.

É um caso notável o desta família Morais Sarmento de Aveiro, pois a sua filha mais nova, de nome Rita, foi a primeira Engenheira Civil portuguesa, tendo feito o curso na Academia Politécnica do Porto.

Mas que instituições eram estas – a Escola Politécnica e as Escolas Médico-Cirúrgicas?

A Escola Politécnica, como ficou dito na minha última crónica, em princípio, destinava-se às carreiras militares que necessitavam de uma base científica, mas cedo começou a admitir alunos não militares que se encaminhavam para cursos da área científica. Os futuros médicos faziam ali os preparatórios, assim como os farmacêuticos. Quando se criou a Universidade de Lisboa passou a ser a Faculdade de Ciências.

As Escolas Médico-Cirúrgicas de Lisboa e Porto foram criadas por Passos Manuel em 1836, por transformação das Reais Escolas de Cirurgia fundadas em 1825, respectivamente no hospital de São José em Lisboa e de Santo António no Porto. Até à criação das Universidades de Lisboa e Porto em 1911, ministraram o ensino da Medicina e Farmácia. São as antecessoras das Faculdades de Medicina e Farmácia das Universidades destas duas cidades.

Na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa se formou Adelaide Cabete em 1900 e Carolina Beatriz Ângelo em 1902. Não sendo as primeiras a formar-se em Medicina, são, mesmo assim, pioneiras na prática da Medicina e duas figuras que enchem de justificado orgulho as mulheres portuguesas pela distinção e competência com que exerceram a sua profissão.

Além de notáveis profissionais foram figuras públicas respeitadas pela sua participação na vida social e pela forma como exerceram a cidadania.

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«Por Terras de D. Dinis», crónica de Maria Máxima Vaz

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Maria Máxima Vaz
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1 Comentário

  1. Avatar raul Responder a raul
    Segunda-feira, 20 Outubro, 2014 às 12:17

    engraçado como as Ciências foram todas tão tardiamente e doridamente integrando as Universidades , dominadas pelas humanidades e pelo Direito! muitos anos mais tarde a Economia . teve essa ” dignidade ” e das Ciências Humanas e Sociais.. nem se fala .. essas Malditas , cujo ventre pariu, na faculdade de Ciências humanas de Paris- o nefando e execrável Maio de 68… ENFIM !!!.. o Portugal “pequenino” tacanho, especulativo, redundantee retórico tao apreciado ainda , p/ estas Bandas ! Até Filosofia se pronuncia FILUUSUUFIA , tal o destaque dado na entoação !!

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