Não queria entrar nesta coisa de Seguro e Costa. Mas uma vez que eles se nos metem casa dentro via TV, não podemos fazer de conta que não temos cérebro. Por outra parte, deu-me hoje para falar das audienciazinhas dos canais-cabo. Tantos e tão poucos espectadores para cada um. Safam-se os do futebol ao fim-de-semana.

Começo pelo PS, que durante uns dias não saiu do ecrã. Mas não no bom caminho. Os dois primeiros debates foram maus, na perspectiva da defesa do futuro do partido de Costa e de Seguro, mas de muitos milhares – que, sabemos agora, são menos do que se pensava e são muitos mais os simpatizantes que lá vão ou dizem que vão…
Depois desses primeiros debates, Costa foi aos Açores e a coisa amainou do lado dele – que nunca mostrou a agressividade e implacabilidade de Seguro. Mas do lado de lá, do meio do Atlântico, Carlos César cascou-lhe a doer. Nada edificante.
Há por aqui uma agressividade anormal nos ecrãs de televisão, antes dos debates e à margem deles também. É demais, que diabo.
É d’ homem!
Constato aliás que Seguro é muito mais «homem» quando ataca Costa do que nos três anos de Governo Passos foi para a política do PSD e do CDS. É duro, sim, mas com Costa. Para o Governo, limita-se a exigir esclarecimentos, a pedir que a ministra tal vá à Assembleia, que o Governo dê a sua aclaração sobre os assuntos. Tão educadinho que até comove.
Quando fala de Costa, claramente fala do adversário. E faz das tripas coração para ser bem duro.
Repito: quem bate palmas a isto é Passos, é Portas, é Cavaco.
E acrescento: quem fica na corda bamba, qualquer que seja o resultado de dia 28, é o PS, ele mesmo. Nunca mais alguns vão esquecer o que ouviram nestes dois meses de guerra intestina lamentável. E manda a verdade que se diga que Costa tem sido muito mais PS do que Seguro. Gostava de ter a certeza de que sou entendido. Mas isto é muito complicado. A TV tem esta característica: é uma torneira aberta sobre os nossos neurónios, através da qual somos inundados de muita confusão.
E Seguro aumentou «magnificamente» essa confusão. Agora até quer que a Beira Interior tenha ainda menos deputados. Bolas, é preciso imaginação! Menos escolas, menos saúde, menos tribunais… Tudo na boa!
E agora, depois de analisar esta campanha infeliz na TV, vou passar à TV ela mesma.
Manuela Moura Guedes
Manuela regressa à informação na RTP. Vai fazer parte de um painel de comentário, juntamente com Raquel Varela, historiadora, Isabel Moreira, deputada do PS, e Marta Gautier, psicóloga e actriz. A moderação vai estar a cargo do humorista Nilton. Leio que «o novo programa ainda não tem data de estreia». Mas já é certa a matéria: actualidade nacional.
Audiências dos micro-canais
Hoje, em matéria de audiências, surpreenda-se: vou falar só dos pequeninos, os do cabo. Primeiro os de notícias: «Entre os canais de notícias portugueses, a SIC Notícias conseguiu liderar, o mês de agosto, com 1,7% de share. A TVI 24 ficou em segundo com 1,2% e a RTP Informação fechou o mês com 1% de quota de mercado. O canal de notícias de Carnaxide conseguiu subir 0,2 pp (pontos percentuais – digo eu), face ao mês anterior. Recuperando assim duas posições do ranking dos canais de subscrição, ficando à frente de canais, como o Panda e a Globo». Depois os outros: digo apenas que, por mais fama que aparentem, não passam – nenhum deles – dos 1,5% de «share». É muuuuuuito curtinho, senhores.
Melhora a vida ao fim-de-semana mas para os canais que transmitem futebol: Sport TV e Benfica TV, ao que sei.
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«Postal TV», por José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011)
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