O Padre Hélder Lopes veio para a zona raiana do Sabugal, oriundo do Colmeal da Torre (Belmonte), das cercanias do Centum Cellas, monumento enigmático, ao qual muitos historiadores atribuem diversas funções, sem chegarem a consenso.

Durante um ano, integrado na paróquia do Sabugal, desempenhou funções pastorais como diácono. No final deste estágio, foi nomeado para a Unidade Pastoral do Planalto do Côa, que integra as paróquias de Badamalos, Bismula, Rapoula do Côa, Ruivós, Ruvina, Vale das Éguas e Vilar Maior, onde desempenhava um trabalho muito meritório. Ainda nesta última Quaresma, mobilizou mais de duzentas pessoas e conseguiu concretizar ao vivo, em Vilar Maior, a Paixão de Cristo segundo São Mateus, presenciada e vivida por milhares de pessoas.
Ao fim de seis anos de trabalho pastoral, partiu para o Seminário da Guarda, onde foi nomeado Vice-Reitor, funções que iniciará em Setembro próximo.
Descemos às ruas da Bismula e fomos auscultar a opinião dos bismulenses sobre a ação do Padre Hélder Lopes.
João António Barradas: «É uma excelente pessoa e muito comunicativa.»
Manuel Fernandes: «Esta aldeia que não lhe teve o respeito suficiente. Devia ter sido mais acarinhado. Entrou e esteve numa Bismula profundamente dividida por motivos políticos, mas o Padre Hélder Lopes soube agir sempre com muita independência.»
Benedita Teixeira: «É um bom padre, muito alegre, animou as gentes deste povo, reanimou algumas tradições, que se vão perdendo. Comunica sem imposições.»
Joaquim Ramos Trindade: «Tenho acompanhado pouco a vida do Padre Hélder, porque passo a maior parte do tempo na França, mas reconheço, pelo que vejo, tratar-se de boa pessoa.»
Maria Rita Martins Brigas: «Gostava que aqui ficasse. Como sabes, fui catequista, mas com ele aprendi algo de novo, na catequese para adultos. Organizava passeios e excursões acompanhando as pessoas, criando um grande espírito de unidade. Ninguém fez o que ele fez na Bismula.»
António Dias: «Não nos podemos esquecer que tinha muitas paróquias, e não tinha o tempo necessário para estar mais junto de nós, não tinha tempo para tantos assuntos. Andava sempre numa correria. Chegou a hora de partir, porque teve ordens para sair. Quem trabalha tem de ser recompensado e o Padre Hélder é um bom trabalhador.»
Maria de Lurdes Martins Polónia: «É um bom sacerdote. É uma pessoa cumpridora e organizada. Tem respeito por todos os bismulenses. É cuidadosa na sua missão de Pároco.»
Maria Bernardete Fernandes: «Para um padre jovem encontro-o como um homem de muita Fé. É um homem de convicções fortes e firmes. É um homem com sentimentos. É um seguidor de D. João Oliveira Matos.»
Maria Rosa Gralha dos Reis: «Quando chegou era um pouco autoritário, o que foi diluindo. As suas ideias aproximaram-se das pessoas e aceitação foi melhorando. É uma pessoa com muita dinâmica. Tem uma cultura acima da média. Muito expressivo. É um homem que fortalece as pessoas na Fé.»
Maria Otília Ramos: «É um homem inteligente, trabalhador, humilde e consciencioso. Amigo principalmente dos mais idosos e pobres. No Lar de Nossa Senhora do Rosário da Bismula, mensalmente celebrava a Eucaristia e fazia Festa com todos os utentes. É um homem de Fé que procurava enriquecê-la. Cada homilia era uma catequese. Deu vida à Casa de Cristo Rei, na Ruvina, fez renascer as ideias de D. João de Oliveira de Matos, com a Escola da Fé, a Catequese de Adultos, Retiros Espirituais e Celebração da Semana Santa. Deu vida a estas Paróquias envelhecidas.»
Nas Festas Anuais da Bismula, em honra da sua Padroeira – Nossa Senhora do Rosário, com centenas de emigrantes na assistência, o Padre Hélder Lopes deu graças a Deus por ter sido Pároco durante seis anos.
No dia 31 de Agosto, no Salão de Festas de Ruivós, às 14:00 horas, será a Eucaristia de Despedida, congregando todos os paroquianos de Badamalos, Bismula, Rapoula da Côa, Ruvina, Vale das Éguas, Vilar Maior e Ruivós. No final, na Ruvina, na Casa de Cristo Rei, haverá um convívio para quem quiser participar.
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«Aldeia de Joanes», crónica de António Alves Fernandes
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