Ignorar a ritualidade da vida é como quebrar-lhe o encanto. As pressas quotidianas não permitem demoras. Vivemos o dia a dia embrulhados em sensações de atraso num ritmo contemporâneo e acelerado. Morre-se-nos, assim, a calma e assim nos nasce a angústia.
A algo teremos, então, que ceder. Pressas ou ritualidades?
Ignorar a ritualidade da vida é como quebrar-lhe o encanto. As pressas quotidianas não permitem demoras. Vivemos o dia a dia embrulhados em sensações de atraso num ritmo contemporâneo e acelerado. Morre-se-nos, assim, a calma e assim nos nasce a angústia.
A algo teremos, então, que ceder. Ou entramos no ritmo do rito, numa ritualidade ritmada e perene, ou ignorá-la-emos partindo definitivamente para um viver célere e quase asfixiante. Inevitavelmente, numa destas duas versões, plantaremos o nosso futuro.
Mas, perante a celeridade da vida, não esqueçamos que, de quando em vez, poderemos deparar-nos com conclusões menos felizes. Quiçá venhamos a descobrir que a pressa não vale a pena. Poderemos, até, acabar por concluir que corremos atrás de um mundo que nos fica distante esquecendo-nos de viver um outro mundo porventura mais interessante e bem mais próximo, que se situa por baixo dos nossos pés.
Ganharemos, sim, sempre que retivermos imagens de momentos determinantes e se guardarmos vultos de pessoas que positivamente nos surpreenderam. Ganharemos ainda na medida em que mantivermos em memória a beleza das coisas que vimos ou dos sítios que habitámos ou visitámos. O que, disto, perdermos serão as principais pedras do nosso caminho, na viagem da nossa vida.
Como evitar perdas? Por um lado, com paciência, sem obsessões, não desprezando ritos e indo ao cerne das vivências o que ajudará a propiciar maior lucidez. Por outro lado, inquietando-nos, não nos permitindo adoptar um tempo apressado, alheado do fundamental como se ele fosse o nosso modo de vida.
E, neste propósito, para além da paciência versus inquietação, tornar-se-à necessário semear e colher cumplicidades na paisagem social envolvente porque, na realidade, pouco ou nada se pode alcançar sozinho.
Inevitavelmente, numa destas duas versões, plantaremos o nosso futuro.
Mas, perante a celeridade da vida, não esqueçamos que, de quando em vez, poderemos deparar-nos com conclusões menos felizes. Quiçá venhamos a descobrir que a pressa não vale a pena. Poderemos, até, acabar por concluir que corremos atrás de um mundo que nos fica distante esquecendo-nos de viver um outro mundo porventura mais interessante e bem mais próximo, que se situa por baixo dos nossos pés.
Ganharemos, sim, sempre que retivermos imagens de momentos determinantes e se guardarmos vultos de pessoas que positivamente nos surpreenderam. Ganharemos ainda na medida em que mantivermos em memória a beleza das coisas que vimos ou dos sítios que habitámos ou visitámos. O que, disto, perdermos serão as principais pedras do nosso caminho, na viagem da nossa vida.
Como evitar perdas? Por um lado, com paciência, sem obsessões, não desprezando ritos e indo ao cerne das vivências o que ajudará a propiciar maior lucidez. Por outro lado, inquietando-nos, não nos permitindo adoptar um tempo apressado, alheado do fundamental como se ele fosse o nosso modo de vida.
E, neste propósito, para além da paciência versus inquietação, tornar-se-à necessário semear e colher cumplicidades na paisagem social envolvente porque, na realidade, pouco ou nada se pode alcançar sozinho.
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«Terras do Jarmelo», crónica de Fernando Capelo
(Cronista no Capeia Arraiana desde Maio de 2011)
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Amigo Capelo :
O ritmo acelerado que impusemos às nossas vidas parece-se cada vez mais com os aparelhos tecnológicos que usamos, e que temos de ultrapassar, temos que ser mais rápidos do que o computador, do que o telemóvel e até do que a máquina fotográfica ! Tudo tem a ver com o progresso e com o lucro, mas quanta mais rapidez, maior exploração ( do homem, claro ! ), maior estupidez e mais alienação geral, vivemos no tempo das grandes tecnologias, que o homem transformou em máquinas infernais sendo escravo da produção e expansão, tudo ao cronómetro, rápido ! Rápido ! cronómetro esse manejado por um qualquer capataz que não conhece nenhum valor humano, só conhece a rentabilidade e o lucro a todo o custo, assim se transformou o Mundo, para pior, claro !