Manuel Leal Freire brinda-nos com uma sequência de sonetos alusivos às mil e uma invocações de Nossa Senhora. Em cada semana, ao domingo, a poesia do bismulense de pena firme e de memória prodigiosa deslumbra-nos com a exortação aos nossos inúmeros santuários marianos.

NOSSA SENHORA DAS CANDEIAS
Candeia que alumia na extrema
É marco que regula o calendário
Propondo um devir que é um dilema
Segundo reza velho adagiário
O tempo em si mesmo incerto e vário
Não se demonstra qual um teorema
Mas teima em respeitar o candelário
Qualificado à laia de sistema
Qual ser a evolar-se em sentimentos
Agindo ao sabor dos quatro ventos
Tem alma, a candeia ri e chora
Quem a entende sabe distinguir
Se rir o inverno está pra vir
Se chora, a borrasca salta fora.
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«Poetando», poesia de Manuel Leal Freire
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