Não sei exactamente como se processa a escolha da cidade para a comemoração do 10 de Junho – dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Não sei quais são os critérios, se as cidades se candidatam e depois o Presidente da República escolhe, não sei. Mas sei que foi preciso a câmara da Guarda ter um presidente PSD e, mais ainda, antigo seu secretário de estado, para que as comemorações do 10 de Junho terem sido feitas na cidade.

Se não fosse esta «coincidência», acho bem que estas, como outras, comemorações sejam canalizadas e realizadas no Interior. E é precisamente sobre o interior, melhor sobre a hipócrita prosa vertida nos discursos deste dia.
Por isso, atento ao discurso do presidente da Comissão da comemoração do dia de Portugal, Silva Peneda, verifiquei que, para além de repetir o que disse no ano passado, sim, já preside a estas coisas há uns tempos, veio falar do interior aos provincianos. Este senhor que já foi quase tudo e ainda é quase tudo, foi secretário de estado e ministro, precisamente do poder local e da administração do território. Teve nas suas mãos o poder de ter alterado muitas coisas e não o fez. E num tempo de vacas gordas, precisamente no tempo do sr. Cavaco. Que moral assiste a esta gente vir discursar sobre a desertificação do Interior? No desaparecimento de cultura e culturas, de património? Fico sempre com o sangue gelado, quando ouço estes discursos lamuriosos e já mofosos sobre o interior. Discursos onde nada se diz e se pretende dar de forma eloquente e formal ao vazio de conteúdo. Banalidades.
O discurso do Presidente da República (hoje não lhe chamo sr. Silva, que é para dar alguma solenidade ao dia) é uma espécie de «baralhar e dar de novo». Isto é, vai-se procurando os vário sinónimos para consensos, acordos, pactos e visões estratégicas. Mera semântica. De política zero.
Haveremos de ver, daqui por uns tempos, via faceboock, mais um dos seus post avisar que tinha avisado de um outro aviso anterior. Banalidades.
Mais valia que acabassem com estas banalidades e que se limitassem às paradas militares e à pompa. Dessa forma fazia sentido o apelo do sr. General Maior das Forças Armadas. Assim, mais valia ter ficado calado.
p.s. O fanico de Cavaco Silva é uma má publicidade para a Guarda. Visto ser a cidade com melhor ar do país, Cavaco Silva deu-se mal com o ar. Ou terá sido a altitude… do interior?
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«A Quinta Quina», opinião de Fernando Lopes
Caro FLopes:
Na verdade, começamos a estar fartos de ouvir sempre as mesmas coisas, as mesmas banalidades, e também de não ouvir qualquer coisa nova, qualquer coisa que permita que os futuros discursos, deixem de ser estas banalidades.
São precisas soluções para os problemas e não repetir que os problemas existem.
Quanto à má disposição do Sr. Presidente, que se lamenta, eu tenho uma teoria diferente:
Eu acho que, como o local onde isso aconteceu é próximo do local das descargas poluentes no Rio Diz e Noémi, provavelmente o vento estava de sul e, assim sendo, o cheiro deve ter chegado ao local e provocado esta situação ao Presidente.
JFernandes