Se recuarmos uns bons anos, verificamos que no território diocesano egitaniense os Irmãos Hospitaleiros de São João de Deus instalaram-se em diversas localidades, casas da sua Ordem. Aconteceu na Aldeia da Ponte com o Hospital Infantil e o Hospital de Nossa Senhora do Carmo e com os Hospitais Militares de Almeida e Penamacor.

Também entre 1885 e 2005 centenas e centenas de Irmãos Hospitaleiros abraçaram a missão religiosa. Registo alguns números de diversas freguesias no Concelho do Sabugal: 60 de Alfaiates, 23 da Rapoula do Coa, 19 do Soito e de Vale das Éguas, 18 do Baraçal, 13 de Aldeia da Ponte e 6 da Bismula.
Da investigação que levei a efeito, da minha terra natal consegui descobrir o Senhor Joaquim Leal (o «Tio Lobo»), o José Mendes (barbeiro e proprietário de uma cavalariça de cobrição), António Videira (regedor e dono de oficina de serralharia, com maestria na arte de ferrar animais), José Augusto Vaz (actual Presidente da Junta de Freguesia da Bismula, Provedor da Santa Casa da Misericórdia, colaborador de diversos jornais com artigos de opinião e autor do romance «A Viagem – Os Jovens e o Amor» – que aborda a sua passagem pelos Irmãos Hospitaleiros de São João de Deus).
A Fundação São João de Deus levou a efeito uma exposição – «Obra e Presença da Ordem Hospitaleira na Diocese da Guarda» – que está a decorrer no Museu da cidade que tem a primeira delegação dessa Fundação.
No primeiro andar daquele que foi o Seminário Conciliar da Guarda, o visitante tem oportunidade de observar várias imagens de São João de Deus, diversos quadros de 1950, que relatam a sua vida e obra, da autoria de Lino António.
Vários objectos da liturgia eucarística, cartas e livros. Em diversos placards estão patentes e bem visíveis os Centros Assistenciais do Instituto de São João de Deus em Portugal, Madeira, Açores, Espanha, Brasil, Timor e Moçambique.
Fixo-me no placard que apresenta a imagem do Hospital de São João de Deus em Montemor-o-Novo, cidade irmã do Fundão. É o primeiro Hospital da Ordem em Portugal, fundado em 1625, nessa cidade alentejana. Hoje tem 110 camas para os doentes dos dois sexos, principalmente do foro ortopédico. O lema do Hospital: «Fazer o bem, bem feito.»
Outrora estava destinado exclusivamente para crianças. Ao ver as fotografias, veio-me à memória quando ali me desloquei em 1967, integrado no Coral Luísa Tody, de Setúbal, sob a batuta do maestro Idalino Cabecinha, proporcionando-se um dia de são convívio e de fraternidade.
D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa, salienta que São João de Deus é patrono dos hospitais e dos Enfermeiros. Nalguns países é ainda patrono dos Bombeiros. O Hospital de São João de Deus é diferente dos outros «pela grande caridade com que servia os pobres».
À saída é-me entregue um livro com o título «São João de Deus, o Hospitaleiro», a biografia de um homem santo, que viveu um grande ideal de vida.
Se no final da visita fosse interpelado sobre o exposto, repetiria as palavras bem visíveis nas paredes: «Hospitalidade – Qualidade – Respeito – Responsabilidade – Espiritualidade.»
A Ordem dos Irmãos Hospitaleiros de São João de Deus tem prestado à sociedade portuguesa valiosos serviços na área da saúde pública, principalmente nas especialidades de ortopedia, psiquiatria e recuperação de alcoólicos.
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«Aldeia de Joanes», crónica de António Alves Fernandes
Refere o autor que entre 1885 e 2005 centenas e centenas de Irmãos Hospitaleiros abraçaram a missão religiosa e regista alguns números de diversas freguesias do concelho do Sabugal. Contudo, nem uma única referência é feita à freguesia de Quintas de S. Bartolomeu.
Nada é dito sobre o Telhal, mas é feita alusão ao hospital de S. joão de Deus em Montemor-o Novo, outrora Hospital Infantil ortopédico,vindo-me à memória o seu Director, no final da década de 70, um meu querido e iluste Amigo e distintíssimo irmão da OHSJD natural das QSB. Isto, naturalmente para não falar dos ilustres e distintíssimos Irmãos que na ordem desempenharam os mais altos cargos e também eles naturais das QSB.Assim,salvo o devido respeito permito-me,com a devida vénia,e embora concordando com tudo o mais que no excelente artigo ficou dito, salientar essa falha.
Cordialmente.
AC
Agradeço o esclarecimento.