As opções do poder central para os transportes e infraestruturas 2014-2020 interessam, naturalmente ao Sabugal.

A leitura deste Plano agora divulgado permite-me retirar, desde já, algumas conclusões, no que ao nosso Concelho diz respeito.

Em primeiro lugar a definição de um corredor internacional horizontal principal a norte, ligando o arco metropolitano do Porto e o sistema metropolitano do centro litoral a Salamanca e ao resto da Europa, impõe desde já que a nível concelhio se pense como o Sabugal se deve interligar a este corredor. Ora como se concretiza este corredor? No âmbito do mesmo estão previstos os seguintes projetos:
– Consolidação do corredor ferroviário da RTE-T principal Porto/Aveiro – Vilar Formoso e fecho da malha ferroviária RTE-T Covilhã – Guarda, com 980 milhões de euros de investimento previsto;
– Fecho da malha rodoviária integrante da RTE-T constituída pelo eixo do IP3 (Coimbra – Viseu), IP4 – Túnel do Marão e IP5 (Vilar Formoso – Fronteira) (785 milhões de euros).
Em segundo lugar a consideração de corredor interior para onde estão previstos os seguintes projetos, sendo que parte deles pertencem aos dois corredores:
– Investimento na Via Navegável do Douro (RTE-T);
– Fecho da malha rodoviária integrante da RTE-T constituída pelo Túnel do Marão, eixo do IP3 (Coimbra – Viseu) e IP5 (Vilar-Formoso – Fronteira);
– Consolidação do corredor ferroviário da RTE-T principal Porto / Aveiro – Vilar Formoso, fecho da malha ferroviária RTE-T Covilhã-Guarda, Linha do Douro e do Vouga;
– Consolidação do corredor ferroviário da RTE-T principal Lisboa / Sines / Setúbal – Caia;
– Ligações entre o corredor principal e nós secundários e terciários da rede de transportes;
– Projetos estruturais para o desenvolvimento do interior do país.
Embora não se perceba bem o que são os projetos estruturais, a verdade é que dos projetos identificados no próprio documento, nenhum cobre o Concelho do Sabugal. Algumas linhas de reflexão são possíveis de retirar:
1. O Concelho do Sabugal não integra as principais opções estratégicas do PETI, o que, se nos coloca desde já numa posição de menor competitividade territorial, nos aponta a urgência em reforçar as nossas ligações aos centros urbanos principais que integram o Corredor internacional horizontal principal norte, nomeadamente à Guarda e Viseu, mas também a Vilar Formoso do lado português, e a Salamanca do lado espanhol.
2. Ganha assim especial importância a melhoria das ligações rodoviárias à A25 (eixo rodoviário principal deste corredor), quer na Guarda, quer no Alto do Leomil, quer em Vilar Formoso. E se esta melhoria não integra as principais opções estratégicas, é a altura de olhar com atenção o Plano Rodoviário Nacional, lutando não pela construção de novas vias, mas pelo reperfilamento das vias existentes – EN233 entre o Sabugal e a Guarda, com ligação à PLIE; ER324 e ligação à A25 no Alto do Leomil; e EN233-3 e EN332 entre o Sabugal e a a A25 em Vilar Formoso.
3. Mas ganha igualmente importância lutar pela melhoria das ligações à A23, não reivindicando novas vias, mas defendendo o reperfilamento das ligações àquela via – EN233 e ER18-3 entre o Sabugal e Caria.
4. Por outro lado, interessa perceber qual a mais valia para o Sabugal com a modernização da Linha Férrea da Beira Baixa, questão importante pelo reforço do papel da ferrovia nas opções nacionais. Todos sabemos que a linha passa longe do Concelho – a estação do Sabugal (Barracão) está a 20 quilómetros do Sabugal –, mas mantenho a minha ideia de que uma linha ferroviária moderna e a possível ligação da Plataforma da Guarda (PLIE) à estação do Sabugal são do interesse do Sabugal, e a nova Zona Industrial do Alto do Espinhal ganharia outra importância com a melhoria da ligação rodoviária à Estação do Sabugal e à PLIE.
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«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
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