Vai hoje a enterrar em Rio Maior, ao meio-dia, a famosa acordeonista albicastrense Eugénia Lima, de 88 anos, que morreu esta sexta-feira, dia 4 de Abril, ao final da tarde, na sua residência. A «Rainha do Acordeão» actuou por diversas vezes no Concelho do Sabugal, a última em Agosto de 2013, no Casteleiro.
José Carlos Mendes, prestimoso e empenhado colaborador do Capeia Arraiana, deu aqui notícia da ainda recente (Agosto de 2013) actuação de Eugénia Lima na sua terra:
«Eugénia Lima fez-nos uma surpresa durante a festa e tocou no Largo de São Francisco. E não foi a primeira vez. Ninguém diria que tem 87 anos. Que dedos naqueles botões da concertina!»… (Aqui.)
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Esteve por diversas vezes no Sabugal, pois nutria uma grande simpatia pelas nossas gentes e pelas nossas terras. Apadrinhou os festivais do acordeão que se realizaram no concelho nos últimos anos e contribuiu assim para a reafirmação desse emblemático instrumento da música popular portuguesa.
Eugénia Lima nasceu em Castelo Branco, filha de um afinador de acordeões. Estreou-se a tocar esse instrumento em público aos quatro anos de idade, no Cinema-Teatro Vaz Preto, em Castelo Branco.
A acordeonista depressa conquistou admiradores e multiplicaram-se as suas actuações, o que a levou a garantir uma carreira de grande sucesso.
Em 1943, começou a gravar a solo temas populares, de diversos compositores, versões para acordeão e várias composições de sua autoria.
Em 1947 venceu o concurso de acordeonistas da Emissora Nacional e, em 1956, fundou a Orquestra Típica Albicastrense.
Tendo-lhe sido recusada a entrada no Conservatório Nacional de Lisboa, aos 13 anos, aos 55 recebeu o diploma do Curso Superior de Acordeão, na categoria de Professora, pelo Conservatório de Acordeão de Paris.
Em Setembro de 1986, foi condecorada pelo Ministério da Cultura com a medalha de Mérito Cultural. Ao longo da carreira somou vários prémios e condecorações, designadamente o Óscar da Imprensa, em 1962, o grau de Dama da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, em 1980, e o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em 1995.
O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, expressou pesar pelo falecimento de Eugénia Lima, enaltecendo que «numa arte tradicionalmente desenvolvida por homens, Eugénia Lima quebrou barreiras e deu uma nova vida à música popular portuguesa, tornando-se numa das suas principais figuras».
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plb
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