«Poetando» é a coluna de Manuel Leal Freire no Capeia Arraiana, na qual aos domingos vai publicando poemas inéditos, cada um dedicado a uma aldeia do concelho do Sabugal. Nesta edição o escritor e poeta dedica um soneto a Vale de Espinho.
VALE DE ESPINHO
Nem sempre o espinho é espinhoso
Sinal ou contralema de suplício
O caule que o gera, generoso
A si próprio da causa de cilício
A flor, todavia, é já auspício
Mil cores fundindo e refundindo em gozo
Nem todo o arco-iris em resquício
Faria ramalhete assim formoso
Edénica a paisagem rivaliza
Com a tapeçaria que se pisa
Em sugestão de cores lembrando arminho
Cantar com dignidade tanta beleza
Para altos aedos é empresa
O favor deles eu rogo, Vale de Espinho.
«Poetando», Manuel Leal Freire
Lindíssimo este soneto. Só não fico mais admirado por vir de quem vem.
Como natural de Vale de Espinho não posso deixar de agradecer ao Dr. Leal Freire o poema que dedica à minha terra. É, na verdade, uma terra que sabe perfumar as mãos do humilde trabalhador. Acredite que a beleza natural, quer dos campos e da serra, quer das fontes e das águas que correm para o Côa, se junta à memória de mil cheiros e sabores que todos nós guardamos, para sempre, onde quer que nos encontremos.
Bem haja, Dr. Leal Freire.
Desejo-lhe todo o bem que o seu coração deseja.
Abraço amigo
Aurora Martins Madaleno
Meu Caro Dr. Leal Freire,
Eu lá ia espreitando o Poetanto do Dr. Leal Freire para ver se Vale de Espinho não lhe era esquecido. Foi mesmo no fim do ano, com um parto difícil, como diz o nosso conterrâneo e amigo José Fino, mas a criança é muito bonita! Parabéns pela habilidade do seu Poetanto e espero vê-lo, com saúde, no próximo Capítulo do Bucho Raiano, em Aldeia do Bispo.
O parto foi difícil por tadio, Dr. Manuel Leal Freire, mas foi belo. Vale de Espinho é cantado em tom grandiloquente de quem tem o engenho e a arte de bem tratar a poesia. Eu e todos os Valdespinhenses agradecemos-lhe esta dádiva no que ela representa de enaltecimento das nossas belezas naturais. Eternamente gratos!