O que é o populismo? O que é um populista? É escrever ou dizer isto, por exemplo: O vice-Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse a um Primeiro-Ministro de um País europeu que a única maneira de conseguir a confiança dos mercados era «com lágrimas e sofrimento» e que só era credível perante os mercados se submetesse os cidadãos a provas difíceis, e se os sindicatos rechaçassem abertamente a sua política.
A Cleptocracia portuguesa fez, e continua a fazer, alianças com as elites europeias (mercados) dizendo ambas, entre outras coisas, que os salários e pensões dos portugueses são demasiado elevadas, é esta Cleptocracia que faz com que milhões de portugueses vertam lágrimas de sofrimento para «acalmar» os mercados, como em séculos passados se faziam sacrifícios humanos para aplacarem a ira dos deuses.
Outro exemplo, agora grego: uma coligação de movimentos e de cidadãos gregos, chamada Cyrisa, foi apelidada de anti-europeia e Populista durante as eleições gregas de 2012. A elite europeia (mercados) dizia que era preciso silenciar e desfazer essa coligação. Berlim (Merkel, sempre ela!) ameaçou terminar com as ajudas à Grécia. Acontece que nem o Cyrisa, nem o seu dirigente Alexis Tsirpas são anti-europeus, querem é uma outra Europa, como querem milhões de europeus.
Resumindo e concluindo querido(a) leitor(a), os chamados populismos e populistas, são movimentos e pessoas, vistos como uma ameaça aos mercados, ao establishement financeiro, económico, político e mediático dos países. O termo populista é um insulto que tem como objectivo expressar repúdio por um partido político, movimento, ou uma pessoa.
O nome de populista pode ser dado a várias sensibilidades políticas, à extrema-direita francesa, à esquerda liberal de Beppe Grillo em Itália, ao movimento 15 M de Espanha, progressista, aos movimentos fascistas que estão a surgir na Europa, o Berlusconismo, o Tea Party americano, etc. São tudo movimentos contestatários ao sistema, à ordem estabelecida, quer sejam de esquerda ou de direita.
Querido(a) leitor(a), o sistema não tem opositores, tem inimigos.
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008)
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