Damos continuidade à apresentação do léxico «O Falar de Riba Côa» com as palavras e expressões populares usadas na raia ribacudana.
Entre os termos JOGO DO RELÓGIO e JOGO DOS QUATRO CANTINHOS.
JOGO DO RELÓGIO – jogo de meninas em que duas rodam a corda, cabendo a outra saltar dizendo 1, 2,3,… até 24 horas. Se perder vai pegar à corda e outra toma-lhe o lugar (Franklim Costa Braga).
JOGO DO RILHÊ – jogo de rapazes, em que um pergunta aos outros quantos dedos querem e de seguida cada um ergue a mão com os dedos que quer levantados. Contam-se todos os dedos e sai o que acertou. Joga-se de forma sucessiva, até que o último a ficar é o «rilhê» e tem de correr atrás dos outros para os apanhar (Franklim Costa Braga).
JOGO DO ROCANACÓ – jogo de crianças, em que uma finge dormir dentro de uma raia riscada no chão e as outras se escondem. Com os olhos fechados diz «lulu, lulu, arrama» ou «rocanacó, arrama», abre os olhos e vai à procura dos outros. Se descobrir um corre para dentro da raia e diz o nome do descoberto (Franklim Costa Braga). O m. q. jogo do lulu.
JOGO DO SALTO – jogo de rapazes que competem saltando aos pés juntos, ganhando o que salta a maior distância (Franklim Costa Braga).
JOGO DO SAPATEIRO – jogo infantil em se riscava no solo um desenho em forma de caracol, no centro do qual um jogador fazia de sapateiro, que fabricava sapatos de encomenda, mas a que o outro jogador dizia não ter dinheiro para pagar, iniciando-se então uma perseguição, percorrendo as voltas do desenho (Júlio António Borges).
JOGO DO SAPO – jogo infantil jogado com pedras (Maria José Bernando Ricárdio Costa).
JOGO DO SARABICO – jogo de crianças em que todas põem as mãos no regaço de uma. Esta diz «sarabico» e todas devem levantar as mãos. Se disser «sarapanha» todas devem ficar quitas. Perde a que se engana, que tem por castigo apanha umas palmadas. Tem uma variante em que se recita uma parlenga (Franklim Costa Braga).
JOGO DO SARILHO – jogo em que duas crianças fazem no chão um quadrado com duas diagonais e duas perpendiculares aos lados. Cada uma joga com três pedras, ganhando a que as conseguir colocar em fila (Franklim Costa Braga).
JOGO DO SARRABULHO – jogo de rapazes, que se joga com um pau e uma bola (Clarinda Azevedo Maia – Vale de Espinho).
JOGO DO SENHOR BARQUEIRO – duas crianças dão as mãos e ficam de frente, cabendo às restantes formar um comboio que passa por debaixo dos braços dessas duas, cantando «ó senhor barqueiro…». A última do comboio a passar é aprisionada nos braços, tendo que escolher para que lado quer ir, passando a formar-se uma colona por detrás de cada uma das duas crianças que dão as mãos. No final umas puxam para um lado e as outras para o outro, a ver quem ganha.
JOGO DO SETE E MEIO – jogo de cartas.
JOGO DO TISCO – jogo infantil, igual ao das escondidas (Maria José Bernando Ricárdio Costa). Uma das crianças fica de olhos fechados a bater no chão com um pau, o «tisco», até que todas se escondem, e de seguida vai procurá-las (Clarinda Azevedo Maia). O m. q. jogo do petisco.
JOGO DO TREQUINEQUE – jogo tradicional (Célio Rolinho Pires). Os dic. registam, com o mesmo significado, traquinote.
JOGO DO TRUQUE – jogo de cartas.
JOGO DO VESTIDINHO BRANCO – jogo infantil, em que os jogadores formam uma roda, ficando uma menina no meio, à volta da qual cantam uma canção (Júlio António Borges).
JOGO DOS CABOS – jogo infantil (Luís Gonzaga Monteiro da Fonseca ).
JOGO DOS GUARDAS – jogo de rapazes, que imita os contrabandistas a fugir dos guardas fiscais (Franklim Costa Braga).
JOGO DOS MALHÕES – variante do jogo da chona, utilizando os mesmos instrumentos (Franklim Costa Braga).
JOGO DOS MECOS – jogo das pedrinhas (Clarinda Azevedo Maia).
JOGO DOS QUATRO CANTINHOS – jogo infantil, de meninas (José Pinto Peixoto).
Paulo Leitão Batista, «O falar de Riba Côa»
leitaobatista@gmail.com
Pedindo desculpa pelo atraso, declaro que só conheço estes, que se jogassem no Casteleiro, infelizmente para nós, que jogávamos mais futebol e ao jogo do burro do que estes:
– JOGO DO SALTO: muito.
JOGO DO SETE E MEIO: claro que sim.
JOGO DOS QUATRO CANTINHOS, sim, acho.