Era já noite. O sino da igreja batia nove badaladas, por entre o silêncio de uma aldeia que se preparava para adormecer. O país mudava de cor. As televisões, arredadas deste processo pré eleitoral, iam pintando o mapa de Portugal, cor-de-rosa, vermelho e laranja. Comentadores políticos preenchiam os vários canais de informação procurando, por entre rostos fechados e outros alegres, explicar o óbvio. Estávamos em plena noite eleitoral das Autárquicas 2013.

Por entre alianças de conveniência, PSD e CDS esqueceram as suas ideologias e, namorando, ora às claras, ora às escondidas, sempre na mira de alcançar o fruto desejado.
A «moda dos independentes» assumiu neste ato eleitoral um espaço até então mais reduzido, alegadamente, pela imagem ofusca que os partidos políticos de direita estão a transmitir às gerações atuais e às vindouras.
Por entre ecos de discursos plastificados, alguns de qualidade duvidosa, estes políticos da «nova geração» procuram afirmar-se, neste terreno de areias movediças, como pagadores de promessas ou fazedores de milagres.
Nessa noite, repleta de emoções, o governo tremeu! O PSD engoliu um enorme sapo que ainda hoje não conseguiu digerir. Quanto ao CDS, esgrimiu argumentos de ganhador – assumindo-se mesmo, como titular do penta campeão.
Afinal em que país vive esta gente que, teimosamente, nos (des)governa? Governantes que, no magistério das suas funções, apenas aprenderam a conjugar o verbo «cortar»!
Mas o país deu um sinal daquilo que lhe vai na alma: a esperança está nos partidos de esquerda, nomeadamente no Partido Socialista e Coligação Democrática Unitária, com trabalho feito, alicerçado no respeito máximo pelo ser humano, pelas suas liberdades e direitos.
Acredito que o sino da aldeia voltará a replicar numa noite de contagem de votos, em que a palavra Democracia encontrará eco nas vilas e aldeias de Portugal.
:: ::
«Viver Casteleiro», opinião de Joaquim Luís Gouveia
Será que ainda cá estaremos quando o sino repicar? É que vejo, cada vez mais, o povo dar ou deixar o seu voto na mão alheia e permitir que a foice do hipócrita e corrupto ceife a sua própria seara…
Georgina!
O FUTURO escreve-se com PRESENTE!
Temos que ser nós, aqueles que acreditámos no Abril dos cravos, que alimentámos o sonho de um país novo, a explicar a esta nova geração que a História deste país escreveu-se, durante longos anos com um lápis azul…
Temos que ser nós, que conhecemos bem o ONTEM, vivemos o HOJE e acreditamos num AMANHÃ melhor.
Mas é preciso mudar de políticas!
É urgente mudar do governo!
Para bem das novas gerações, acredito que o FUTURO continuará a ser em Português!
Joaquim Gouveia