Entrámos em plena campanha eleitoral. Os partidos e os movimentos independentes estão na rua. E se, as autárquicas mais não fossem, são um pretexto para dar vida aos concelhos. Mas as autárquicas são muito mais. O poder local é o mais representativo do eleitorado. Pois os governos das câmaras são compostos, muitas vezes, por elementos de várias cores políticas. Aquele que está mais próximo dos cidadãos e, também por isso, o que representa mais responsabilidade.
Reparem que, ao contrário do poder central que é longínquo e impessoal com os cidadãos, no poder local tratamos o poder pelo nome, se me permitem a comparação. O poder local tem o dever de resolver os problemas das pessoas, ordenar o seu território, desenvolver as suas potencialidades, governar, de uma forma mais geral. Verdadeiramente é onde a democracia mais se completa. Aproveito, por isso, para desejar uma verdadeira democracia no concelho do sabugal. Apelando à livre discussão de ideias, à apresentação de projectos e, claro, ao respeito pela diferença.
Sem a pluralidade não há democracia e esta realiza-se na liberdade de escolha. A unanimidade é estagnante e expressa submissão.
É esta posição de submissão que tem revelado o governo perante a troika.
Desde sempre pensei que, perante a troika (e não só) deveríamos ter um primeiro-ministro que fosse diplomata e político e não, como é o caso, de um primeiro-ministro que se tem revelado um mero secretário geral dessa mesma troika. Infelizmente, esta troika revela-se mais falível que as contas do ex-ministro Gaspar. Irrita, depois, virem com aqueles relatórios dizer que falharam. E a vida das pessoas que entretanto destruíram? E os países com que acabaram? Como lhe explicam? E como se explica o governo que cegamente seguiu tais recomendações e até foi mais longe? É o silêncio sobre o fracasso que me ensurdece. São as mentiras continuadas que me envergonham. As promessas como cantos de sereia que me revoltam. É o uso da arrogância para esconderem a incompetência.
Espero que não seja este o retrato da campanha que decorre.
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«A Quinta Quina», opinião de Fernando Lopes
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