Existem cenários especiais. O mês de Agosto no Sabugal é o palco perfeito para encontros e desencontros. Cenas fascinantes tatuadas de episódios que nos fazem recordar momentos que, apesar de longínquos no tempo, se eternizam numa apaixonante viagem ao nosso íntimo. A campanha autárquica para as eleições de Setembro trouxe para a ribalta os Nim’s, os grilos e afins.
Em ano de campanha eleitoral autárquica para as Freguesias (que teimam em assassinar) e para a Câmara Municipal, as conversas endurecem e os «amigos» de outrora enrugam o rosto transformando o dia 29 de Setembro num momento de vida ou de morte. De vida ou de morte para aqueles que sempre se alimentaram da teta da porca da política. E por isso o(s) Nim’s a tudo diz(em) que «Sim» mesmo quando, de facto, pensa(m) «Não», acolitado(s) por sinistros grilos assexuados que se reúnem em secretos ajuntamentos conspirativos onde não pode faltar o arroz com feijão. E é giro como as refrescantes Minis (Sagres) são um excelente motivo para falar de maniqueístas, de apolíticos, de independentes (fortemente dependentes), de boicotes, de empresárias de ajustes directos, de responsáveis pela vergonhosa união de freguesias e de telemóveis que teimam em ficar sem rede. As Minis Sagres ao poder!
António Dionísio não vai a votos nestas eleições apesar do apoio declarado de um grupo de amigos. Porventura não terá sido convidado no momento certo. Porventura não terá sido candidato a candidato no momento oportuno. António José Vaz foi a escolha do Partido Socialista para encabeçar uma lista à presidência da Câmara Municipal do Sabugal. O candidato socialista aposta nos nomes de Felismina Rito, Pedro Antunes e Joaquim Matos para o ajudarem a governar a autarquia. Na entrega das candidaturas no Tribunal do Sabugal registou 22 listas a Juntas de Freguesias. O número é significativo porque empata com o total de listas apresentado pelo Partido Social Democrata e ultrapassa as 20 de António Dionísio há quatro anos. Na candidatura laranja há a salientar a manutenção de Delfina Leal na vice-presidência e a substituição no terceiro lugar do vereador Ernesto Cunha pelo nome de Vítor Proença, actual chefe de gabinete e presidente da concelhia social-democrata. A presidência da Câmara Municipal do Sabugal será alcançada pelo partido que eleger o quarto vereador, ou seja, será um 4-3 final. Prognósticos…
Joaquim Ricardo não vai a votos nestas eleições deixando órfãos os 1781 votos (18,31% dos eleitores) que obteve em 2009. Os nomes que o acompanhavam na lista à Câmara praticamente desapareceram de circulação da vida política sabugalense confirmando não estarem fadados para tal papel. Os dois pesos-pesados da lista do MPT à Assembleia Municipal dividiram-se para as próximas eleições entre o PS (Francisco Bárrios) e o PSD (António Gata). Para a história autárquica do concelho do Sabugal fica o demolidor comunicado que publicou quando denunciou o acordo com os eleitos pelo PSD para o executivo. Recordar… (Aqui.)
A empresa «Viúva Monteiro & Irmão» mudou de imagem, fez uma festa de arromba na «cidade» do Sabugal no dia 2 de Agosto e… na semana seguinte dispensou a gerente Ana Fantasia. Dizem as más-línguas por desentendimentos com a administradora Ana Luísa que, entretanto, assumiu o lugar deixado vago na gerência. E só falo desta questão interna da administração de uma sociedade privada porque a «Viúva» não é uma empresa qualquer. Tem sido responsável nos últimos anos pelo transporte escolar dos alunos do concelho do Sabugal em contratos de ajuste directo que rondam mais de um milhão de euros anuais. Também por isso não deixa de ser digno de destaque que a actual gerente e administradora, Ana Luísa, entenda ser candidata à Assembleia Municipal do Sabugal nas listas do PSD. Aposta de risco elevado…
O mês de Agosto no Sabugal é sempre especial com encerros, capeias, festas religiosas, caminhadas, mergulhos nas belíssimas praias fluviais do Côa, encontros de amigos à volta das Mini’s Sagres, serões refrescantes nos balcões das casas do largo da aldeia, o zumba (a dança da moda) e as voltinhas na rejuvenescida Famel Zundapp que me acompanha desde os 12 anos de idade. Em ano de eleições autárquicas a aposta é ainda maior. Este ano tivemos um fim-de-semana, nos dias 17 e 18, repleto de emoções. No sábado mais uma edição da Volta a Portugal em Bicicleta com a Câmara Municipal do Sabugal a transferir 45 mil euros para a Pró-Raia para ajudar à festa. O pacote incluiu a transmissão do programa «Verão Total» da RTP1 a partir dos jardins do Auditório. Na sexta-feira à noite o apresentador José Carlos Malato depois de jantar no restaurante Robalo conviveu até de madrugada nas festas da Torre. No sábado de manhã, diz quem assistiu ao vivo ao directo da televisão pública, estava «num dia difícil» e teve necessidade de consumir bastas garrafas de água. No domingo à noite o cabeça de cartaz foi Tony Carreira. Alguns elementos do grupo foram, ao almoço, conhecerem as maravilhas gastronómicas dos Fóios. O cantor de sonhos, depois de uma merecida noite de descanso nas casas de turismo rural Carya Tallaya em Vale das Éguas, cantou e encantou no Estádio Municipal do Sabugal bem composto de fãs. Cerca de 8700 espectadores segundo número avançado pela organização. Ainda cabiam mais algumas…
A minha canção preferida do Tony…
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Os pais da criança da redução de freguesias, ou seja, os deputados da nação demoram em pedir desculpa pela lei que pariram. Ou será que não tem desculpa…
Aquando da discussão na Assembleia Municipal do Sabugal sobre a redução do número de Juntas de Freguesia todos os deputados (81 se não faltou nenhum) se manifestaram resistindo contra essa medida. Houve até quem, em declaração de voto, assumisse o boicote eleitoral na sua freguesia (Aldeia de Santo António) em caso de concretização de tal «vergonha». Em breve saberemos quanto vale a palavra de um homem. Ainda a propósito contaram-me uma estória que se passou num concelho da região centro e que não resisto a partilhar. Como a Assembleia Municipal desse concelho optou por não indicar nenhuma união de juntas de freguesia durante o prazo legal o presidente da Câmara foi chamado a Lisboa ao secretário de Estado da tutela e no segredo do gabinete traçaram o futuro da divisão administrativa do respectivo concelho. E assim ficou. É uma estória que deve ter muito pouco (ou nada) de verdade. Como é evidente…
É talvez a mais «anti-democrática lei democrática» aquela que obriga a pedir certidões para integrar uma lista de candidatos a uma Junta de Freguesia. Passo a explicar: o presidente da Junta de Freguesia qualquer que seja a sua cor política, repito, qualquer que seja a sua cor política fica a saber os potenciais adversários que estão a tentar constituir uma lista concorrente na sua freguesia. Assim fica em vantagem e isso deveria ser considerado ilegal, imoral e anti-democrático. Mas afinal para que serve essa tal certidão? Ninguém sabe e é o simplex no seu melhor. No concelho do Sabugal, mais propriamente na dita União de Freguesias de Ruivós, Vale das Éguas e Ruvina aconteceu um episódio que merece reflexão. A lista do PS encabeçada por Tânia Leitão entendeu convidar dois fregueses de Vale das Éguas para integrar a sua lista. Com os respectivos papéis assinados foram junto do presidente da freguesia para pedir o famoso papelinho certificativo. No domingo à noite, 4 de Agosto, um dia antes do final do prazo para entrega das listas no Tribunal do Sabugal, as esposas de dois candidatos laranja (estes curiosamente naturais de Vale das Éguas e da Ruvina) bateram à porta da sede de campanha dos socialistas acompanhadas de dois documentos assinados dando conta da desistência dos dois fregueses de Vale das Éguas. Pois…
Há na dita «união» duas listas concorrrentes. Uma encabeçada por uma freguesa de Ruivós e outra por um freguês da Ruvina. Aproveito para assumir que sou contra a União das Freguesias de Ruivós, Vale das Éguas e Ruvina. Não vai melhorar as condições e a qualidade de vida nas três freguesias. Não vai promover o desenvolvimento local. E, acima de tudo, vai acicatar uma espécie de «rivalidade» há muito perdida. É um facto que Ruivós nunca teve capitalistas que investissem em colégios de religiosas mas não foi por aí que deixou de criar património valorizando a sua identidade com muita, mesmo muita, dignidade. Sempre fomos um povo que alimentou a sua identidade e o seu valor com muito orgulho, muita vaidade, muita força e muita união dos que lá vivem e dos que tiveram de partir mas que voltam todos os anos. Os nossos antepassados merecem que os honremos. Viva a Associação dos Amigos de Ruivós! Viva a Freguesia de Ruivós! Viva!
Considero que a vida deve ser vivida com frontalidade e por isso assumo a minha solidariedade pessoal (já não voto no concelho do Sabugal) com a candidata Tânia Leitão para a União de Freguesias de Ruivós, Vale das Éguas e Ruvina. Coragem Tânia!
No ano da graça de 2013 depois de Cristo continuamos a ter uma deficiente cobertura de telecomunicações no concelho do Sabugal. E não, não é verdade que o poder autárquico não tem nada a ver com isso. Em tantas viagens a velocidades vertiginosas a Lisboa e Coimbra não há tempo para solicitar melhoramentos na rede de telemóveis e internet no concelho do Sabugal? Não me parece. Se há capacidade para «inventar» a um mês das eleições alguns postes que vão levar a electricidade (ver foto) a uma família de cinco votos na Ruvina que vivia há cerca de quatro anos sem luz na casa que construiu após retornar do Luxemburgo também devia haver engenho e arte para outros feitos. Há responsabilidades pelo que não foi feito e a deficiente rede de telecomunicações é uma das maiores críticas escutada a quem visita (e habita) as terras sabugalenses. Como promover o turismo e o investimento empresarial sem uma boa cobertura de internet e telemóvel? Assim não é possível…
Ainda em relação ao mandato autárquico que agora acaba não se consegue apontar a «obra do regime». Foram quatro anos de trapalhadas na empresa municipal Sabugal+ que, de acordo com a lei, já se encontra sob a tutela da administração central sem ninguém conseguir assumir a responsabilidade política de decisões que acautelem os serviços e os funcionários. Foram quatro anos em que se pararam as obras de acesso à A23 sem, contudo, arranjar nenhuma alternativa «melhor». Foram quatro anos onde se abandonou o projecto do Parque de Campismo mas não se criaram alternativas nem que fosse para autocaravanas. Foram quatro anos onde não se concretizou o projecto Ofélia Club nem o sonho do Parque Medieval. Alguém sabe onde pára o «amigo» António Reis? Foram quatro anos em que o complexo empresarial do Espinhal não teve (pelo menos visíveis) novas empresas. E continuamos a aguardar a requalificação entre pontes. E continuamos a aguardar o projecto Veneza das Beiras. E continuamos sem saber o que tem feito o projecto anunciado com pompa e circunstância em Fevereiro de 2011 e a que deram o nome de Universidade Rural. Recordar Aqui. E 2013 foi o ano em que fechou o RaiHotel e a Hospedaria Senhora da Graça na cidade do Sabugal e começou a ser construído um novo hotel no Cró. (?!?) E foi também o ano em que desapareceu o mamaracho do cruzamento para a Aldeia Histórica de Sortelha. E foi também o ano em que ficámos a saber da escolha de uma empresa de Lisboa para «ensinar» aos decisores políticos sabugalenses, com a ajuda dos que estão fora, as melhores opções para o futuro do concelho. Assim seja…
A Casa do Castelo no Sabugal fechou porque a qualificação foi vencida pela incompetência. O projecto familiar de Natália e Romeu Bispo resistiu até ao limite mas os proprietários consideram que «estão esgotados até porque agora, os que não gostam da Casa, já passaram aos insultos». O concelho do Sabugal vai ficar mais pobre, ainda mais pobre e os suspeitos são… «os do costume». O espaço gerido por Natália e Romeu Bispo promoveu com muito «saber fazer» o concelho do Sabugal. O verdadeiro posto de turismo (sem horário e com muita humanidade e simpatia) do concelho do Sabugal foi, nos últimos anos um projecto privado, estava situado no Largo do Castelo do Sabugal e chamava-se «Casa do Castelo». Mas parece que a incompetência e falta de curriculum de alguns (poucos, muito poucos) venceu. Até quando? O tempo dirá…
A nível nacional os responsáveis pelo Bloco de Esquerda somam e seguem. Depois de defenderem o casamento homossexual e confirmarem que a melhor solução para dirigir o BE seriam um homem e uma mulher e depois de uma campanha contra as touradas em todo o País… (em todo o País não; em todo o País com excepção de Salvaterra de Magos onde têm a única presidente de Câmara e a tradição taurina é muito forte), querem agora acabar com os piropos na rua às mulheres. Com esta dos piropos o que os bloquistas querem mesmo é anular a candidatura dos machos latinos a Património Imaterial Nacional. Coisas muito à frente…
E a finalizar perguntamos quem é o autor da seguinte afirmação?
«Sou independente de todos os partidos, vou em segundo para a Junta de Freguesia mas depois eu é que mando.»
Resultados eleitorais para as Autárquicas 2009. Recordar… (Aqui.)
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«O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.»
Albert Einstein
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«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages
(Fundador e Director do Capeia Arraiana desde 6 de Dezembro de 2006)
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Sr. Joaquim Teixeira, saiba o senhor como surgiu a casa e depois falamos. Nem sempre as coisas são o e como parecem.
Caro AMIGO José, confesso que estou embasbacado com as tuas opiniões, que respeito, mas não entendo. Não eras tu, não faz muito tempo, que aplaudias toda e qualquer iniciativa do actual elenco camarário? ! Que outros interesses se levantam? Que te move afinal?
Quanto a dita união de freguesias, também eu não concordo e temo que a mesma se torne em desunião. Ruvina ,é a terra que me viu nascer, mas nada me move contra Ruivós ou Vale das Éguas, muito menos contra as pessoas ou a forma como ao longo dos tempos evoluíram. Apelar ou reavivar rivalismos passados, que felizmente já não existem, de pouco servirá para o futuro das três freguesias . Abraço e até à próxima garraiada em qualquer borladero?
Lei Orgânica n.º 1/2001, de 14 de agosto
Artigo 7.º – Inelegibilidades especiais
(…)
2 — Não são também elegíveis para os órgãos das autarquias locais em causa:
– Os concessionários ou peticionários de concessão de serviços da autarquia respectiva;
– Os devedores em mora da autarquia local em causa e os respectivos fiadores;
– Os membros dos corpos sociais e os gerentes de sociedades, bem como os proprietários de empresas que tenham contrato com a autarquia não integralmente cumprido ou de execução continuada.
(…)
Perante isto, e tendo em conta o que é dito acima, será que uma gerente da Viúva Monteiro pode ser candidata?
A fotografia e a legenda dão-me que pensar até onde pode ir a perversidade.
Se bem entendi, a questão é saber como é possível deixar uma família (possivelmente de gente remediada) durante 4 anos sem luz eletrica para a colocar apenas no último ano de mandato,.
Correcto
A empresa Sabugal+ está morte e putrefacta por ação de um cancro que a gangrenou durante anos. Devido a uma gestão desastrosa de um imcompetente que lhe acumulou saldos negativos.
Está sob tutela do poder central – muito bem dito.
Para a financiar a Câmara pagou-lhe os serviços na promoção das tardes dos anos 20 que se realizaram junto à casa do castelo…
Muito bem, mas devido à incuria de quem nada fez a empresa vai se dissolvida pelo poder central, oficiosamente, como diz a lei, e os empregados vão para a rua engrossar as estatísticas do desemprego. A questão é se o senhor que a administrou e a gangrenou vai continuar a viver da politica sem nunca ter sido eleito.
Convém recordar que o cabeça-de-lista do PSD à Assembleia Municipal pertenceu ao grupo de trabalho da reforma administrativa que acabou com muitas das freguesias do concelho. E eu não me esqueço. Só não votou a favor da lei porque já não era deputado. Ou seja, aqueles que se manifestaram tanto contra a lei vão , agora, votar nele como cabeça de lista à Assembleia Municipal. Assim também se vê a coerência das pessoas.
Sobre a pergunta formulada, Zé Carlos, eu faço outra: Não é essa pessoa que tem um familiar muito próximo (o mais próximo possível) numa das listas concorrentes à Câmara, neste caso a que está no Poder? Independente de quê?
Eh, pá, Zé Carlos (tu). Depois de uma noitada de trabalho nada leve… só mesmo tu com uma magnífica peça destas para me obrigares ainda a 20 minutos de completa concentração… isto não se faz ao Zé Carlos (eu).
Registei de repente três momentos:
1 – a Famel Zundapp. Não sou amante mas, oh, se me lembro delas – e surpreendeste.me;
2 – o teu apoio expresso e livre a uma candidata – brilhante;
3 – a tua postura de «não ficares a ver» o mal acontecer – boa!
Um abraço pelo bom artigo que aí fica.