Regresso ao que se deixou durante uns dias, ou semanas, o trabalho, os horários, o stress, o ruído e o ar contaminado das grandes cidades.
No início das férias dá a impressão de uma debandada geral, de uma libertação, as pessoas vão virar as costas ao seu dia a dia, como se este fosse um odiado inimigo – para muitos é…
Ficar em casa? Só quem não pode mesmo sair, as pessoas querem belas paisagens, países exóticos, moderníssimas discotecas, consumir, acção e dinamismo.
Vejamos agora, contou-me um amigo, dono de um restaurante aqui na cidade do Sabugal, que durante o mês de Agosto que findou, as pessoas perguntavam se demoravam muito a serem servidas quando se sentavam à mesa, antes de responder, ele perguntava-lhes se estavam de férias, a esmagadora maioria dizia que sim, então porquê tanta pressa?
Não há escapatória possível querido(a) leitor(a), o homem é prisioneiro do Mundo que ele próprio criou, em todo o lado, de férias, a trabalhar, ou a fazer seja o que seja, encontra a mesma coisa e comporta-se da mesma maneira, continua com o seu stress e as suas pressas.
Por ter tirado o Kispo substituindo-o pelo calção de banho, nada muda, por ter feito milhares quilómetros de avião e ter aterrado num «Paraíso Tropical», nada muda, nem infelizmente muda a maneira como são tratados aqueles e aquelas que os servem, tanto nos hotéis como nos restaurantes, como nos bares, com muita sorte, já com muita sorte, doze e mais horas de trabalho diárias, a quatrocentos euros mensais, isto nos países do Sul da Europa, onde, segundo dizem os alemães e os seus lacaios locais, são povos que não trabalham! Se for noutros sítios do Mundo, como na Ásia, América Latina, África e países do Leste Europeu, a coisa fica pelos seus cento e cinquenta euros.
Que tenha tido umas boas férias querido(a) leitor(a).
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008)
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