Como em toda esta bonita zona raiana as festas dos Fóios foram vividas muito intensamente. A capeia é sempre o último prato pelo que é sempre esperada com grande ansiedade. Assim aconteceu em Fóios.
Quando, terça feira, dia 20, cheguei cedo ao sítio do Lameirão, local onde estavam as bravas feras, já por lá havia mais de uma centena de pessoas.
Eram nove e meia. Uns subiam em cima dos barrocos e outros espreitavam pelos buracos porque todos queriam ver os toiros.
Entretanto começaram a ver-se as merendas nas carroçarias das carrinhas e todas as pessoas eram convidadas para o mata bicho. Havia um pouco de tudo mas, sobretudo, havia entusiasmo e muita alegria. As portas dos currais abriram-se por volta das 11 horas tendo-se espalhado os toiros por todo aquele barrocal e vegetação rasteira. Os bichos ao verem tantas pessoas e tantos cavalos ficaram, naturalmente, muito nervosos e dois deles decidiram mesmo pôr-se em fuga. Arrancaram numa bruta correria para uma determinada zona onde reinava a acalmia.
Passados quinze a vinte minutos chegava um motard a dizer que os dois toiros estavam deitados junto do barroco redondo. A grande maioria dos cavaleiros, talvez mais de uma centena, arrancaram, com os cabrestos, na direção dos bichos e um quarto de hora depois já tinham o gado todo reunido para se iniciar a caminhada até à praça dos Foios.
As largas centenas de pessoas subiam para os barrocos mais altos, tractores e carrinhas para poderem ver de perto os reis da festa. Os mais foitos abdicaram das boleias para poderem acompanhar os toiros, a pé, e poderem fotografá-los e filmá-los de bastante perto. Entretanto as ruas e os largos da freguesia enchiam-se de automóveis, provocando engarrafamentos como num dia de Benfica-Sporting.
Por volta do meio dia os toiros entram na avenida principal dos Fóios e é então que os cavaleiros desatam a correr, desalmadamente, para que os toiros não se distraiam e entrem na praça onde uma enorme multidão grita e aplaude.
O boi da prova foi apresentado por volta das 13 horas e teve tão brilhante comportamento que ninguém ficou com dúvidas de que a capeia prometia pelo que ninguém deveria faltar da parte da tarde. Assim aconteceu realmente.
Por volta das 17:00 horas a praça estava mesmo a abarrotar e teve então início a capeia. Correram-se seis toiros e uma bezerra e a brilhante rapaziada mais uma vez consegui ser brilhante cumprindo, como habitualmente, as regras da tradição. Valentes e prudentes.
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«Nascente do Côa», crónica de José Manuel Campos
(Fojeiro)
Foto fabulosa! É por tudo o que ela encerra que temos a identidade que temos!