Nos dias 9, 10 e 11 é a Festa de Santo António. Vai ser inaugurado então o Largo do Emigrante. A lista «Juntos pelo Casteleiro» fez entrega oficial da candidatura. Coligi alguns dados estatísticos que comparei e hoje divulgo. Concluo que a minha terra é a freguesia com maior superfície em todo o concelho. No final da peça, nota para algum noticiário das terras envolventes da minha aldeia. Boa leitura e boas férias, se for o caso.

Começo por duas notas imprescindíveis. A primeira é sobre a Festa que aí vem e a segunda é sobre a composição heterogénea e diversificada da lista «Juntos pelo Casteleiro» que se apresenta às eleições de 29 de Setembro.

A Festa de Santo António é já no próximo fim-de-semana, de sexta a domingo. O Casteleiro vai abarrotar de malta. Há divertimentos e há música.
Na última crónica, trouxe-lhe o cartaz e todos os pormenores. Hoje, mais uma novidade – no caso, uma inauguração (dia 11, às 15): o novo recinto de festas vai ser baptizado como Largo do Emigrante e ali será inaugurado um monumento: uma escultura alusiva à emigração, da autoria do artista de Santo Estêvão Augusto Tomás. Pode ver o cartaz com o programa completo, aceda… (Aqui.)
Mas também pode encontrá-lo neste mesmo jornal regional (‘Capeia’), ali do lado esquerdo, se fizer rolar a página para baixo: no capítulo «AGOSTO – FESTAS NO CONCELHO», verá que um dos cartazes aí exibidos é precisamente o da Festa de Santo António da minha terra.

A segunda nota refere-se à candidatura «Juntos pelo Casteleiro» (à Assembleia de Freguesia, e portanto à nossa Junta também), que se desenvolve de dia para dia.
Assim, no dia 29 de Julho, os três primeiros elementos da lista independente «Juntos pelo Casteleiro», entregaram no Tribunal do Sabugal o processo de candidatura às eleições autárquicas de 29 de Setembro.
Da lista que se apresenta a votos em 29 de Setembro, para lá da panóplia de nomes que referi na semana passada, há que acrescentar outros que foram sendo divulgados entretanto. Designadamente: Ricardo Fortuna Marques, Luís Miguel Pires, Paulo Jorge Pires, Manuel João Moita.
Toda a informação deve ser consultada… (Aqui.)
Registo com satisfação que um dos lemas da campanha está a ser uma das respostas mais acertadas e mais interessantes de António Marques ao «Capeia» na semana passada, quando, perguntado sobre os porquês da candidatura independente, respondeu a finalizar a entrevista:
«Esta candidatura não é independente. É uma candidatura totalmente dependente em ousar, diariamente, erguer a bandeira do Casteleiro o mais alto que lhe for possível!»
Há menos gente no Casteleiro
Leio no «Viver Casteleiro» (versão Facebook) que «em 1940 o Casteleiro tinha 1487 habitantes. E em 1950, 1578 habitantes. O máximo de população registada. Depois, chegou o tempo da emigração e, em 1960, decresceu drasticamente para 1271».
E, mais adiante, no próprio blogue, que «o Casteleiro é uma terra de emigrantes. Os primeiros números conhecidos quanto a população residente remontam a 1527, com 52. Desde então, a população aumentou sempre até atingir o seu auge em 1950 com 1578 residentes. O fenómeno da emigração começa nesta década. Em 1960 reduziu para 1271, em 1970, 885, em 1981, 721, em 1991, 563, em 2001, 504 e, os últimos censos, de 2011, registam 365 moradores». Não creio neste último número e direi aí adiante porquê.
Tudo isto me leva para as estatísticas. Aprecio-as de forma especial, por serem o melhor referencial para uma análise em todos os ramos da vida.
Recolhi recentemente alguns dados que aqui trago hoje ao leitor. Mas, antes de mais, uma nota relativa a demografia. Claro que estamos em processo de desertificação do interior há muitos, mas muitos anos. E o Casteleiro não escapa a esse drama. Mas até pensava que a minha terra tivesse menos gente. Sem os dados, ficamos sempre com a impressão de que «não há ninguém» na aldeia. Mas depois vamos ao já antes referido novo blogue e vemos que afinal ainda temos mais de 400 eleitores, ou seja, perto de 600 habitantes… (Aqui.)
Registo que nos últimos anos a população eleitora da freguesia baixou cerca de 13%, ao passo que o concelho do Sabugal no seu todo decresceu perto de 10%. Portanto, uma perda um pouco maior no Casteleiro, infelizmente.

Permitam que faça notar duas constatações demográficas relativas ao nosso concelho:
1.ª Hoje estaremos mais ou menos ao nível de meados do século XIX, em termos de população residente;
2.ª O auge do número de residentes verifica-se em 1960: no Sabugal (concelho) residiam nesse ano de recenseamento da população mais (um pouco mais) de 38 mil habitantes.
Talvez esteja enganado – e não encontrei agora fontes para o confirmar –, mas julgo saber que quando era miúdo se dizia lá em casa que a freguesia teria por essa altura 1 500 habitantes.
Uma consulta que fiz dá-me no entanto como certo que os números de residentes nos últimos dez anos (repito: residentes, não apenas os eleitores) são os seguintes:
– em 2001 o total de residentes, 512;
– em 2011 o total, 357.
E, em qualquer destes Censos, era maior o número de mulheres do que o de homens residentes na aldeia. Inverter o ciclo da desertificação deverá ser um dos objectivos das instituições públicas – penso eu, de forma bem convicta.
Maior freguesia em área
Estatística por estatística, só mais uns números, então, para conhecermos melhor o presente e o passado da nossa Freguesia.
Antes de mais: o Casteleiro é a maior freguesia (aquela que tem maior área) em todo o concelho do Sabugal. Tem nada menos do que 4 373 há de superfície. Seguem-se Sortelha, com 4 327 e Quadrazais e Vale de Espinho – ambas com perto de 3 900.
Se não me enganei na recolha, as freguesias com área superior a dois mil hectares são as seguintes: Aldeia da Ponte -3 385 ha; Aldeia da Ribeira – 2 869; Aldeia de Santo António – 3 063; Alfaiates – 2 797; Bendada – 3 604; Casteleiro – 4 373; Cerdeira – 2 413; Fóios – 2 425; Malcata – 2 182; Quadrazais – 3 957; Rendo – 2 240; Sabugal – 3 157; Santo Estêvão – 2 359; Sortelha – 4 327; Souto – 3 038; Vale de Espinho – 3 815; Vila do Touro – 2 246; Vilar Maior – 2 482.
Mais dados podem ser consultados… (Aqui.) Para utilizar bem o «site», clique em «Freguesias», no cabeçalho e, depois, em baixo, clique em «Distrito da Guarda» e, claro, dos concelhos, escolha «Sabugal».
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Nota

Tal como prometido (e o prometido é devido), chamo novamente a atenção para algumas questões regionais que vi mas que tiveram pouca divulgação. Hoje destaco: uma nota sobre esta coisa da reorganização de Freguesias que está uma confusão; outra sobre Caria, que inaugurou um Lar, e ainda um apontamento sobre as constantes mudanças de estatuto administrativo na sua história – e na de Belmonte também; sobre Belmonte, mais uma achega: é acerca das judiarias e do «marranismo».
Insiro ainda uma nota sobre a morte do Padre Toscano (Penamacor, Benquerença e Meimoa). Outra sobre a mudança de vida do ex-padre César.
E, finalmente, uma justa homenagem às antigas bibliotecas itinerantes da Gulbenkian, de que já mal nos lembramos, mas que foram muito importantes na nossa zona e noutras similares.
Ah! E ainda (última hora para mim): o Festival “Dias da Lua”, na Quarta-Feira, até ao dia 12. E um apontamento sobre a «Viagem do Elefante» – que esteve em Sortelha e no Fundão. Pode ler tudo em pormenor… (Aqui.)
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«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011)
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