:: :: SABUGAL – PARÓQUIA DE SANTA MARIA DO CASTELO :: :: Os manuscritos depositados na Torre do Tombo, em Lisboa, são a resposta a um inquérito censório a todo o reino assinado pelo Marquês de Pombal três anos após o terramoto de 1755. O Capeia Arraiana está a publicar as respostas dos párocos das paróquias das 40 freguesias do concelho do Sabugal agora que, pelo menos 10 das retratadas, vão desaparecer para sempre por obra e graça dos senhores mandantes da troika europeia.
:: :: SABUGAL – PARÓQUIA DE SANTA MARIA DO CASTELO :: :: Os dois Abades, respectivamente Francisco Xavier de S. Payo e Hierónimo de Almeida Tavares, assinam as memórias no mesmo dia – 22 de Abril. Copiam à letra um do outro, ou de uma fonte comum, tudo o que se refere à Villa ou é geral: termo, privilégios, castelo, ponte, fonte, rio, etc. Nestas informações, sobretudo, as duas memórias estão muito bem. Interessantíssima a descrição do Castelo, tal como se encontrava então. Ao enumerar os lugares do termo da Vila do Sabugal, ambos citam as «Cazas do Ouzendo» e a «Quinta da Torre», aquelas uma anexa de Quadrazais, e esta anexa à Vila e da freguesia de São João. O respectivo Abade informa que a Torre tem 13 vizinhos.
Comarca de Castelo Branco, Termo do Sabugal, Bispado de Lamego.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT), Dicionário Geográfico, vol. 33, doc. 10, p. 61.
Património arquivista da Paróquia de Santa Maria do Castelo no Sabugal entre 1621 e 1911… (Aqui.)
:: ♦ :: ♦ :: ♦ :: ♦ ::
«Resposta aos interrogatorios, que por mandado do Excelentissimo e Reverendissimo D. Frey Feliciano de Nossa Senhora, Bispo deste Bispado, me foram remetidos, a qual vay deduzida pela mesma ordem numerica com que se acham expostos os ditos interrogatorios.
1 – Esta Villa do Sabugal se acha situada no destrito de Riba Coa, e hé da Provincia da Beyra, do Bispado de Lamego, e da Comarca de Castello Branco.
2 – Hé de Donatario, e ao prezente he Conde Alcayde Mor e Senhor della o IlIustrissimo e Excelentissimo D. Manoel de Assis Mascarenhas, Meyrinho Mor deste Reyno.
3 – Tem, pello que toca a esta Freguezia, cento e vinte e cinco vezinhos, pessoas de communham trezentas e seis, menores cento e sessenta.
4 – Acha-se situada em huma meya ladeyra, e se não descobre della outra povoaçam, mais que a das Quintas de S. Bartholomeu, termo da Villa do Touro, distante hum quarto de legoa desta Villa.
5 – Tem seu termo, que comprehende dezassete Lugares, que sam os seguintes: Coadrazais, Valle de Espinho, Foyos, Lageoza, Aldea Velha, Aldea do Bispo, Souto, Cazas do Ozendo, Nave, Villa Boa, Aldea da Dona, Raza, Ruivoz, Valle Longo, Ruvina, Vai das Egoas, Rendo (que comprehende as Quintas do Cardeal e Pouca Farinha), Palhais, e Vale Verdinho; de cujos moradores daram melhor noticia os Parochos dos ditos Lugares, a quem tambem se cometeo esta diligencia. Tem mais a Quinta da Torre que, suposto esteja distante huma legoa desta Villa, he anexa imediatamente a ella de freguezia de S. João, cujo Parocho dirá os vezinhos de que ella consta.
6 – A Parochia de Santa Maria esta situada dentro da cerca dos muros desta Villa, e comprehende a sua Freguezia todo o recinto dos ditos muros e parte do Arrabalde, mas não tem Freguezia alguma fora da mesma Villa.
7 – O Orago desta Parochia hé Nossa Senhora do Castello. A Igreja hé de huma só nave, e tem cinco altares: o altar mar da invocacão de Nossa Senhora da Purificacão, e os colaterais de Nossa Senhora do Castello e outro de S. Franciso Xavier, huma capella do Santissimo Sacramento e outra de S. André, da administracão de pessoa particular. Tem duas Confrarias, huma do Santissimo Sacramento, com os mesmos previlegios, graças e indulgencias da Archiconfraria do Santissomo Sacramento de Santa Maria de Minerva em Roma, por Bulia passada no anno de 1593, a 22 de Julho, sendo Papa Paulo 3.°. A outra Confraria hé de Nossa Senhora do Castello. E além destas duas Confrarias, tem tambem mordomos S. Thiago, S. Domingos, Santo Andre, S. Franscisco Xavier, posto que não sejam Confrarias.
8 – O Parocho hé Abbade, e este beneficio hé da aprezentacão e collacão ordinaria, e rende anualmente, hum anno por outro, 150.000 reis.
9 – Não tem Beneficiados.
10 – Não tem Convento algum, nem de Religiozos ou Religiozas.
11 – Tem Caza de Mizericordia, fundada na Igreja de S. Miguel, que algum dia foy Igreja Parochial da Villa, cuja instituição hé do tempo de El Rey o Senhor D. Manoel, que lhe deo o Compromisso assinado pella sua Real Mão, no anno de 1516, e tem de renda annual, commummente 100.000 reis.
13 – Tem esta Freguezia duas Ermidas, huma dentro da Villa, da invocação de S. Thiago, e outra extra muros da invocacão de S. Lourenco. E também se acha dentro della, nesta Freguezia, a Igreja de S. Pedro, que era Matriz do Lugar de Coadrazais, aonde ainda vay o Reverendo Abade daquelle Lugar e prezide às funçoens que nella se celebram. E as ditas Ermidas não sam de pessoa alguma particular, e se fabricam pellos moradores desta Villa.
14 – Não acode às ditas Ermidas romagem alguma.
15 – Tem dous Juizes Ordinarios, com sua Camera, que se compoem de tres vereadores, hum Procurador do Concelho, e tambem costuma haver nesta Villa hum Ouvidor que conhece das apellacçoins e agravos nesta Villa e seu termo, posto pellos Condes dei la na forma de suas doaçoens.
17 – Hé Villa, como fica dito, e cabeça do seu termo.
18 – Foy natural desta Villa o Dr. João Soares Esteves de Oliveira, homem de raro engenho, eximio jurisconsulto, muito versado em humanidades e Bellas Letras, e bom poeta, que mereceu ser reconhecido de todos os que delle tiveram conhecimento, por huma daquellas pessoas que o mundo não produz frequentemente. Seguio as varas, em que servio a Sua Magestade com muita distinçao, e mereceo, por isso, que o mesmo Senhor, depois delle ter acabado de Procurador de Coimbra, o despachasse para Dezembargador da Suplicação, de cujo lugar não chegou a tomar posse, por se lhe anticipar a morte a 24 de Junho de 1734.
19 – Tem tres Feyras, huma em dia de S. Pedro, outra em dia de S. Thiago, e outra em dia de S. Lourenço, as quais duram hum só dia. Todas sam francas, e o sam também os mercados que há nesta Villa em a primeira quinta feira de cada mez.
20 – Tem huma estafeta nas terças feiras de cada semana, que vay levar e trazer todas as semanas as cartas ao correio da cidade da Guarda, a qual dista 5 legoas.
21 – Dista esta Villa da cidade de Lamego, capital do Bispado, 20 legoas, e 48 da Corte de Lisboa, capital do Reyno.
22 – Tem os moradores desta Vil/a o previlegio de não pagarem portagem em nenhuma parte deste Reyno, na forma que declara o Foral da mesma Vil/a, assim mais por uzo e costume antiquissimo de que não há memoria. Tem tambem o previlegio de poderem pastar com seos gados nos baldios do termo da Sortelha, desde esta Villa athé às Aldeas de S. Antonio da Urgueira, sem lhe poderem ser encoumados. E por contracto antiquissimo, que há entre esta Villa e a de Sortelha, tem tambem o previlegio de poderem os Vereadores desta Villa no termo do da Sortelha, desde a Ponte desta Vil/a, em que se dividem os termos, athé ao sitio de Santa Eufemea, a todos e quaisquer gados que acharem dentro do dito sitio. Item, tambem o previlegio de poderem pastar com seus gados no Reguengo da Fatella, termo de Sortelha, privativamente, sem lá poderem pastar outros alguns, e de poderem os Vereadores desta Villa encouma-Ios sendo ahi achados, pello que pagam os criadores desta Villa, annualmente, 5.000 reis, ao Alcaide mor da Villa de Sortelha.
Há tambem nesta as antiguidades seguintes:
Primeiramente é de irem os Juizes e officiaes da Camera desta Villa, com varas alçadas em procissão a huma Ermida da invocação de Nossa Senhora da Graça, no termo da Villa de Sortelha, em dia de Nossa Senhora dos Prazeres. Como tambem irem com varas alçadas os ditos oficiaes da Camera ao Lugar de Benespera, termo da cidade da Guarda, em romaria a S. Antam, sito no dito Lugar, por votos cuja origem se não sabe, cujas romarias inda hoje existem.
Item havia nesta Villa, algum dia, 4 freguezias, cada huma com seu Abbade, que eram: a de Santa Maria e a de S. João, que inda existem; a de S. Pedro, que hoje hé Abbade de Coadrazais; e a de S. Miguel e Magdalena que juntamente era Arcediago de Riba Coa, e que hoje hé Abbade de Rendo e conserva a mesma dignidade na Sé de Lamego. E consta por uma escritura, feyta no anno de 1538, que era Abbade nesse tempo, de Santa Maria D. Alvaro; e Rodrigo Annes Abbade de S. João o qual era tambem Vigario pedaneo na Comarca de Riba Coa; Lopo Dias Abbade de S. Pedro e capellão do Senhor D. Gomes Bispo de Lamego; e Pedra Martins de Enriade arcediago da Sé de Lamego, e Abbade de S. Miguel e Magdaiena. E se denominam na dita escritura os muytos honrados Abbades «Cabbido» da dita Villa do Sabugal, aonde consta tinham seu aljube, mas não consta da jurisdição que tinham. Também consta, que inda hoje na Sé de Cidade Rodrigo ha huma dignidade que se intitula «Arcediago do Sabugal». Tinha também esta Villa, antigamente, os privilegios seguintes.
Hum para se não poder lançar tributos aos moradores desta Villa, concedido por El Rey D. Affonso de Liam. Outro para que aquelles que andassem «amorados», (palavra de que uza o dito previlegio) com temor e receyo da justiça, que morar na dita Villa ou em seu termo morar quiserem, que se temerem ser presos, porque os culpam se fizeram tais couzas, que jazendo elles na Igreja, os não tirem dei la; concedido por El Rey D. Affonso 4.°. Outro do que se mostra que a dita Villa era couto, pois se ordena nelie que, os Juizes della desse tempo determinado, que não passasem de seis semanas, em cada hum anno, aos homiziados, que estiverem na dita Villa, para irem buscar de comer e aproveitarem seus bens, concedido por EI Rey D. Fernando.
Outro de El Rey D. Deniz e de D. Isabel sua mulher, para que nenhuma pessoa de fora pudesse encubar vinho nem trazel-lo à mesma Villa e seu termo emquanto della o houver de sua colheita. Cujos previlegios se acham confirmados por El Rey D. João o primeiro, por Carta sua passada em Coimbra, aos 14 de Fevereiro de 1433, e suposto hoje se não ache nesta Villa nem em seus limites vinha alguma, ha contudo memorias autenticas de que antigamente houvera muitas, pois em duas partes por donde o Rio Coa se passa nesta Villa por apondras, sam as mais dellas pezos de lagar, além de muitas outras que se acham por varias partes das ruas desta Villa.
Havia finalmente na Camera desta Villa hum previlegio de El Rey D. Fernando Magno de Liam em Castella, em que concedia por Aldeas desta Villa a Villar Mayor e a Caria Atalaia (povoação que hoje inteiramente se acha demolida), na era de 1279.
Havia também huma Carta no mesmo Cartorio, pella qual El Rey D. Fernando de Portugal deu por Aldeas desta Villa a Naves Frias e Genestoza, que hoje sam dos dominios de Castella.
Há tambem outra Carta do mesmo Rey por que dá Alfaiates por termo desta Villa, cujos documentos posto que hoje não existam, existiam inda no tempo que a esta Villa veyo Martinho de Mendonça, academico da Academia Real Portugueza, que por ordem da mesma veyo ver os Cartorios das Camaras e informar-se das antiguidades nas Camaras e do Reyno, segundo se verifica das memorias que elle deixou.
Também antigamente se achavam misticas as duas freguezias desta Villa, e havia o costume de poderem moradores della que se cazavam, de eleger a Freguezia que lhes parecesse; e da mesma o podiam fazer as pessoas que de novo vinham morar a esta Villa, a qual eleyção se reputava feita pella primeira missa que os espozados, ou as taes pessoas em huma das Paroquias em que quizessem ficar freguezes ouviam, cujo costume se abulio, e se dividiram as freguezias em o anno de 1727.
23 – Não hé porto de mar.
24 – Tem huma Fonte de excelentes agoas, e muito abundante dellas, de que uza toda esta Villa por não haver outra nella, e corre com tanta abundancia, que lança perenemente duas telhas de agoas, e se experimenta muito pouca ou nenhuma deminuição nella, ainda nos annos mais secos. E consta que achando-se acampados nas guerras passadas o nosso exercito quando passou a Cidade Rodrigo nos contornos desta Villa, e gastando a mayor parte delle de agoa da dita Fonte, nunca esta deyxou de correr perenemente.
25 – Tem esta Villa hum recinto de muros de cantarias, ja em algumas partes se acham arruinados, dentro dos quais esta situada quazi a terça parte dei la, e na parte que ella olha para o Poente, se acha situado o Castello, cuja fortificação comtem hum muro, que o rodea por toda a parte, com seu fosso, por cauza do qual havia huma ponte levadiça, para se entrar pella porta della.
Cercado deste muro, distante 4 varas e meya, se acha outro muro muito alto, com 4 baluartes que cercam hum plano que tem 36 varas de cumprimento e 25 de largura, dentro do qual havia muitas cazas que serviam de armazens, de quarteis, corpos de guarda, e para morada do Alcayde mor; e se achavam também dentro do dito recinto: forno, atafona, e outras officinas, e finalmente hum poço coadrado de excellente cantaria, da mesma ou de mayor altura que a da Torre de Homenagem, na qual vem a finalizar por hum e outro lado o dito muro.
Pella parte que ella olha o Nascente, e assim a dita Torre, como hum e outro muro, excepto nas quinas, hé tudo de pedra pizarra ferrenha, argamaçada com huma argamaça mais dura que a mesma pedra. Tem a Torre de Homenagem sinco quinas de altura 25 varas e meya, e 37 e huma terça de largura, e aterrada quazi thé o meyo, e dahi para cima tem tres andares, o primeiro e o ultimo de abobada e de taboado o do meyo, em o qual em cada, em cada face da dita Torre, se acha lançada para fora huma varanda com seu parapeyto e ameyas, tudo de cantaria, para dellas se pelejar; e tem afirmado pessoas peritas da arte de fortificaçoens, que o dito Castello era antigamente huma das milhores fortalezas do Reyno Porem os sobrados e escadas de pao da dita Torre, se acham quazi inteiramente arruinadas como tambem quazi todas as cazas e officinas que havia dentro do dito Castello, e thé o poço se acha bastantemente entopido.
26 – Não padeceu ruina alguma no terramoto de 1755.
27 – Não há mais nada de que dar noticia.
Sobre os interrogatorios que pertencem a Serra, não há couza alguma que dizer, por se não achar esta Villa nas vezinhanças della. E pello que se refere aos interrogatorios do Rio, se responde o seguinte:
1 – Hé esta Villa banhada do Rio Coa, que corre junto dos muros della, em distancia de hum tiro de pedra, para a parte que olha o Poente para o Norte, cujo rio nasce tres legoas e meya distante desta Villa, na Serra chamada das Mezas, junto da Raya que divide este Reyno do de Castella, e nos contornos donde elle nasce vay a divizão de 4 Bispados, convem saber: do de Lamego, do da Guarda, do de Coria e do de Cidade Rodrigo, que muito bem se podiam falar e ouvir os 4 Bispos destes Bispados, se ali se achassem, estando cada hum dentro do seu.
2 – Não nasce logo caudalozo, mas sim de varias fontes, pouco distantes humas das outras; porem quando chega a esta Villa hé já bastante caudalozo, e tem afirmado alguns geografos que hé hum dos rios de Portugal que leva mais agoa em tam pequena distancia; elle corre todo o anno, se bem que no tempo de Verão comummente so leva agoa com que possa moer duas mos.
3 – Thé que chega a esta Vilia, se não rnette neste Rio outro algum, e somente algum Hibeiro ou Regatto, e depois que passa desta Villa, thé sahir do seu lernite, se lhe mettern somente duas Ribeiras de pouco nome: huma que vem do Poente, chamada dos Sargaçais, e outra da parte do Meyo Dia chamada a Hibeira de Ames.
4 – Não hé navegavel.
5 – Hé de curso brando e quieto em toda a distancia e lemite desta Villa.
6 – Corre do Meyo Dia para Nascente, no destrito desta Villa.
7 – Cria com muita abundancia trutas, e de que algumas tem pezado 8 a dez arrates, barbas, bagas e alguns bordallas.
8 – Nao tem pescarias algumas neste destrito.
9 – Não há pescarias algumas de pessoa particular, e hé livre a todos poderem pescar no dito Rio, enos em alguns pegos, que encoutão os officiais da Camara desta Vi!la para algumas funçoens particulares.
10 – As suas margens publicas não se cultivam, nem tem arvoredo algum trutitero, e só tem alguns amseyros em algumas das suas margens.
11 – Não tem virtude.nem particularidade alguma as suas agoas.
12 – Conserva sempre o seu nome de Rio Coa, desde que nasce thé que morre, e não há memorea que tivesse em tempo algum outro nome.
13 – Morre no Rio Douro, junto a Villa Nova de Fozcoa, adonde divide o termo daquella Villa do da de Castello Melhor.
14 – Tem varias açudes no destricto desta Vil!a, as quais porem não sam as que primeiramente lhe impedem o ser navegavel, pois lhe cauza este impedimento a falta que esperimenta de agoas no tempo do Verão.
15 – Tem este Rio, junto desta Villa, para a parte do Poente, hurna boa Ponte de cantaria, e no meyo da qual se acha hum marco de ferro, adonde se devide o termo desta Villa do da Villa de Sortelha, e o Bispado de Lamego do da Guarda. Tem mais hurna ponte de pao, no Lugar de Coadrazais, e quatro de pedra depois de passar desta Villa the se meter no Douro: huma chamada de Sequeyros, outra junto a Castello Mendo, outra junto de Almeyda, e outra junto a Pinhel.
16 – No lemite desta Villa, tem este Rio hum Pizam e muitos moinhos.
17 – Algumas vezes se tem tirado algum ouro da madre deste Rio pelos homens chamados gandaeyros.
18 – Não se uza das agoas deste Rio, nos lemites desta Villa, para a cultura dos campos.
19 – Tem este Rio 21 legoas e meya do seu curso, desde a Serra das Mezas em que nasce, athé o Rio Douro em que morre, e passa junto das povoaçoens seguintes, convem saber: Da parte de Sima Coa: Foyos, Val de Espinho, Coadrazais, Sabugal, Rendo, Vale das Eguas, Vale Longo, Vadamalos, Castello Bom, Almeyda, Sinca Villas, Castello Milhor. Da parte de Alem do Coa. descorre pellas povoaçoens seguintes: Foyos, Malcata, Rapoula, Seixo do Coa, Porto de Ovelha, Castello Mendo, Sinouras, Pinhel, Muxagatta, e Villa Nova de Fazcoa.
20 – Náo há nada mais, de que dar noticia, excepto huma escada que há nesta Villa, chamada redonda, na qual muito se arredonda, pello que tem nome em muitas partes deste Reyno.
Sabugal, 22 de Abril de 1758.
O Abbade de Santa Maria do Castello
Francisco Xavier de S. Payo.»
:: :: :: :: ::
Ver perguntas do inquérito… (Aqui.)
Fonte: Alfaiates-Na órbita da Sacaparte. Autores: Pe. Francisco Vaz e Pe. António Ambrósio.
(Continua.)
:: ::
«Censos do Marquês de Pombal em 1758», por José Carlos Lages
Leave a Reply