Depois das semanas que passaram em que a palavra que mais se ouviu foi a palavra greve, termina esta com uma greve geral. Os considerandos sobre esta greve geral e os números contraditórios que sempre aparecem nesta altura, deixo-os para os iluminados que polvilham as televisões e rádios cá do burgo.
Os considerandos sobre esta greve geral e os números contraditórios que sempre aparecem nesta altura, deixo-os para os iluminados que polvilham as televisões e rádios cá do burgo. Não deixo, contudo, de fazer uma referência ao que se passou com os professores, simplesmente, para, mais uma vez, o governo ter uma péssima forma de comunicar com os portugueses. Uma das maiores falhas deste governo prende-se com a forma como comunica. Demonstra incompetência, falta de bom senso e, já agora, falta política. No final do acordo com os sindicatos dos professores, o sr. ministro da educação, veio dizer que sempre estiveram abertos a negociações. Acredito que sim. Mas, a quais negociações? A discutir factos consumados? O facto, é que se perdeu tempo, trabalho e criou-se uma incerteza nos alunos, nos pais e na sociedade em geral, no fundo, para nada.
Tudo se teria resolvido, pelos vistos, se não fosse a casmorrice e o revanchismo do ministro e do governo. Definitivamente, a especificidade dos professores era mera conversa quando, nem a lei geral, o ministério queria cumprir! O governo teve, nesta matéria, todas as possibilidades de se revelar governo, de sair por cima. Mas não. Sai desta matéria mais machucado. Este serve apenas como exemplo da inabilidade do governo. Se aqui, cá no burgo, se revela tão inábil, imaginamos lá fora… Onde entra em silêncio e sai calado. O governo não explicou – ou não consegue ou não sabe, ou prefere fazer de conta – para onde foram/vão os sacrifícios que os portugueses estão a fazer! E sem este pormenor, a sensação clara é que isto não passa de um roubo. E, quando se rouba, alguém fica com o saque.
Desta forma, estou curioso para ouvir o sr. ministro das finanças, citar o Borda d’Água, para justificar os números que vez após vez não batem certo. O défice aumenta, a dívida aumenta, o desemprego aumenta, os impostos aumentam, a economia regride, os vencimentos regridem e a pobreza aumenta. São estes os resultados que, se não houver erros nas folhas excel, são visíveis.
Esta política já conseguiu juntar as centrais sindicais, juntou patrões e sindicatos e vai juntando tudo e todos contra o governo. Será que estão todos errados e só eles (governo) estão certos? Estaremos todos cegos? Diz o povo que «o pior cego é o que não quer ver» e, aqui, aplica-se na perfeição. Infelizmente, o país vai ficando moribundo. O interior está desertificado e o litoral povoado de gente, que todos os dias vai perdendo a esperança. O Brasil, por estes dias, devia ser objecto de reflexão. E, acreditem, não é pelo futebol. E lá a economia está a crescer!
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«A Quinta Quina», opinião de Fernando Lopes
Quando alguém fica fisicamente limitado num dos sentidos (gosto, audição, tacto, visão) por norma o organismo humano reage, tornando os restantes sentidos mais apurados como que para suprirem a falta daquele que se perdeu.
No caso do Governo, a situação ainda é mais complicada pois para além de ter perdido a visão, e não fazer qualquer esforço para a suprir, parece que também perdeu a audição pois também não ouve quem lhe grita no parlamento, nas ruas, etc.
Temos realmente um grave problema pois neste caso, são vários os sentidos que necessitariam ser supridos. E numa situação limite, não há como suprir todos.
JFernandes (Pailobo).