Em nome do malogrado crescimento, planeado pelos desgovernantes de Portugal, os responsáveis da Igreja Católica hipotecaram alguns dos seus dias sagrados. Mas quanto às violações da Constituição, esta mesma Igreja não cumpriu o dever de as condenar.
O «Gaudium et Spes», 4.ª das constituições do Concílio Vaticano II, dispõe:
«Com efeito, as excessivas desigualdades económicas e sociais entre os membros e povos da única família humana provocam o escândalo e são obstáculo à justiça social, à equidade, à dignidade da pessoa humana e, finalmente, à paz social e internacional.»
Na política de acordos com os desgovernantes portugueses, a Igreja Católica representada por Dom Policarpo, deu o seu aval à hipoteca dos feriados do Corpo de Deus e de Todos os Santos. Em troca, terá recebido a garantia do desvio de verbas do Ministério da Solidariedade Social para as instituições assistencialistas, com o propósito de manter na sua dependência um exército de pobres que o desgoverno vai multiplicando.
Em vez de repudiar as acções do executivo, as quais têm extorquido o pão, a paz e a saúde dos portugueses, a acção do Cardeal Patriarca de Lisboa, ao contrário de alguns Bispos como Dom Jorge Ortiga e Dom Januário Torgal, tem-se caracterizado pela descabida condenação das manifestações contra o incumprimento do programa eleitoral e concomitantemente das vítimas dos actos governativos que nelas participam.
Verificamos também, que a veemência utilizada por Dom Policarpo na crítica às manifestações contra as políticas governamentais, não encontra paralelo relativamente às políticas de extermínio das actividades tradicionais, as quais criaram as condições para o almejado caos financeiro, social e político, nem quanto ao roubo de dinheiros públicos, de que é exemplo o maior roubo da história portuguesa protagonizado pelo séquito do Senhor Silva.
Assim sendo, resta-nos a Fé para crer que as renovações operadas em Roma, as quais nos deram o prazer de voltar a ter um Papa latino com inspiração Franciscana, se difundam em Portugal e que o futuro Cardeal Patriarca de Lisboa renove em nós a Esperança de termos uma Igreja mais próxima e mais interventiva em favor dos carentes e desprotegidos.
Apesar do desânimo, penso que aos Cristãos ainda resta um pouco da Alma e de valores que os nossos avoengos nos transmitiram. Com a ajuda de Deus, resistiremos aos invasores e aos traidores que os acompanham, mostrando-lhes com quantos paus se faz um Forcão. Sabemos que não é qualquer cornúpeto que nos vence, e sabemos que, mesmo com a intervenção do hipnotizador Gaspar e do mágico Silva, os responsáveis políticos e religiosos que não protegem os seus idosos e as suas crianças, que restringem os nascimentos, que desprezam os seus jovens e que não respeitam os seus dias sagrados, serão desonrosamente recordados e descartados na primeira oportunidade.
p.s.: Espero que amanhã, dia de mais uma manifestação contra os ataques ao Estado Social e desumanização da Economia, o Cardeal Patriarca de Lisboa, antes do termino do seu mandato, se redima e venha a terreiro lutar pela sobrevivência do seu rebanho.
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«Estádio Original», opinião de Luís Marques Pereira
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